Elie Saab procura seu lugar

Noventa desfiles durante uma semana, é a programação da moda parisiense. Destas apresentações, pelo menos dez por cento lideram as mudanças do estilo internacional. Os outros seguem a corrente, adaptam as inovações da temporada anterior e cumprem o papel de tornar acessíveis idéias conceituais demais dos colegas lançadores.
Na prática, estes são os desfiles com platéia restrita a compradores e clientes, com poucos jornalistas influentes. A primeira fila vira um problema, porque os lugares vazios comprometem a imagem do estilista.
O libanês Elie Saab ainda está enquadrado neste estágio. Sua platéia tem clientes fiéis como a brasileira Angelique Chartouny, ou cults, como a stripper americana Ditta von Teese. A fila A foi rapidamente preenchida por convidados de filas anteriores.
Mas a coleção tem pontos interessantes. O elenco é de primeira linha, os tecidos, de primeira qualidade, sempre. Para o verão 2008 Elie propõe cores fortes, como o verde, vermelho, amarelo e violeta, quase sempre sustentados por preto em alças ou em cintos. No cinto, está um dado presente em várias coleções: o laço. Quase todos os looks são acompanhados por bolsões e escarpins de verniz. Quer dizer, é um estilo suntuoso, que inclui saias curtas armadas em pregas e longos com belos drapeados. As estampas de flores estilizadas e rabiscos têm referências na arte de Pollock.
Existe um lugar para este jeito de fazer moda, muito feminino e luxuoso, brilhando com paetês. Elie Saab pode se encaminhar para ocupar um posto ao lado de Valentino, mestre do requinte e da beleza nas passarelas.

Na noite de sexta-feira, depois de Chanel e Castelbajac, Stefano Pilati apresentou sua coleção para Yves Saint-Laurent. Também com tema americano, de bandeira com listras e estrelas. Se estes nomes lançadores sugerem, deve virar moda.