É amanhã, o Fashion Rio!

A verdadeira prévia

Na bolsa: notebook, cabos de rede, de energia e o mouse (prefiro do que a almofadinha do aparelho); câmera pequena, caderninho, dois celulares (ainda estou fora do rádio), dinheiro para estacionar, documentos, pen-drives, convites, crachá, agenda de telefones tipo Filofax (o que significa grande e pesada). E batom, claro. Em clima mais prático, um envelopinho de lenços de papel, para momentos de emoção (como deve acontecer no desfile solo de Luciano Canale, o primeiro da Santa Ephigênia sem o Marco Maia, que faleceu recentemente) ou para eventualidades, como falta de papel nos banheiros. Esta foi trash, não?

Editoras de grandes revistas européias se preocupam com os sapatos que devem calçar para fazer bonito na primeira fila. Para elas, o desespero de fechamento ocorre algum tempo depois, porque o timing de revista é diferente. Portanto, podem arrasar de saltos altos durante a semana de desfiles.
Quem cobre on-line ou para jornal diário é que tem este planejamento lá do primeiro parágrafo. Porque é uma verdadeira missão de guerrilha, correr de uma sala de desfiles e escrever a análise do que viu, no calor ainda da passarela (aliás, do frio, porque o ar condicionado congela nas salas). Ou tem um dead line implacável às 19h, quando deve enviar o texto para a redação. Impossivel pensar só nos sapatos e bolsas, se a criatura parece em transe, escrevendo mentalmente o texto, o tempo todo, enquanto liga para a assessoria que demora a liberar entrevistas com as estrelas da temporada. E seleciona as fotos, conversa com alguma suposta celebridade, que nunca viu mais gorda.
Gorda? Ui, esta palavra não existe nos eventos de moda.

Do lado de fora da passarela acontece de tudo: a conhecida que é assaltada a caminho de um desfile externo, quase perde a mão. O manobrista que se recusa a estacionar o carro, porque está lá só para trabalhar para os convidados. A imensa fila para os táxis, no final do dia. Os almoços corridos (quando há almoço), o pneu que fura na volta para casa, o carro que passa sobre o pé de uma das editoras, na saída de um show, a caixa de som que cai na cabeça de outra, em um jardim-passarela. E a caneta, que se desfaz ou fica sem tinta, no meio de uma entrevista? Ou a câmera de 18 mil dólares, que sai voando da mão do proprietário e cai lá na frente dos fotógrafos, no pit? Ou o cartão da câmera digital que queima e apaga todas as fotos do dia?

Mas ninguém dá importância a estes percalços. Fazem parte da agenda, e são parecidos no mundo inteiro. Do Rio a Paris, esta é a prévia de quem trabalha como jornalista nos glamurosos eventos de moda. Parece estressante? Pode ser, mas perguntem a quem se credencia se preferia estar na praia. De jeito nenhum, porque há uma espécie de mania, de paixão que leva a preparar a bolsa, o sapato, os óculos e os equipamentos para uma semana que vira um privilégio para esta turma de adeptos viciados em…em…sei lá se é em desfiles, se é em moda, se é meramente em notícias de estilo e beleza.

Ih, estava esquecendo de mais um ítem: leitor de cartão!

Nesta 12ª edição do Fashion Rio, assino também a cobertura do site da Oi. Conforme o pique, este blog e o site devem ter um formato diferente. Poderá ser um geral no fim do dia, se não der tempo de postar logo após cada show.
Juro que estou torcendo por muitos atrasos…só assim cumpro todas as pautas.

O desenho foi feito com lápis de cor da série High School Musical e o Kids gigante triangular, da Bic. mais a caneta Uni Pin 0,2.
Na bolsa, parte do equipamento que se prepara para esta semana, o notebook está lá dentro e a câmera tirou a foto.