Pronto! Começou a maratona do Fashion Rio!

Coletiva tem um encanto estranho para mim. Fico sabendo coisinhas que rendem muitos comentários durante pelo menos seis meses. Que as exportações fluminenses cresceram
12%, que o Brasil é o único país com produção verticalizada, que o amigo da Fernandinha Torres comprou uma canga no camelô de Copacabana e ficou impressionado ao ver que a adorável canga com estampa de biscoito Globo era feita na…Indonésia. Eloysa Simão, sempre falando muito bem, justificou a tecnologia como mote desta edição, Flavia da Justa anunciou que a Marina da Glória está toda Wi-Fi, ôba! Quem dera que todos os eventos internacionais tivessem esta preocupação.
Eloysa Simão, recém-chegada de Barcelona, onde viu de perto o sucesso das marcas Desigual e No es lo mismo, contou que agora o importante é trabalhar em conjunto, já que estas marcas têm jovens de várias partes do mundo na criação. “Estamos no mundo da cooperação”, concluiu. Vestia quimoninho curto da Anik Batik, calça garrafeiro Lanvin e bolsa Anya Hindmarch.

Intervalo / corrida para a sala de imprensa, que ainda não tinha visto como funcionava. Sabem como é, nunca se acredita muito nestas promessas maravilhosas, de wi-fi gratuito, sem senha, desbloqueadão. E não é que é? Que sonho, poder escrever e enviar até do banheiro / na platéia, Valéria Delgado, do Senai Moda, toda contente com seu Blackberry. “Ainda acho complicado, porque não tive tempo de estudar”, comentou. / outro companheiro de trabalho e viagens, o Cesar Vasquez, também na coletiva/ no caminho, correndo, o Robert Guimarães antecipa que o desfile da AdPac terá um grupo fazendo parcour na sala. Vai cair gente de todos os lados / Fernando Pimentel, mais um nômade que circula em todos os lugares, feiras e salões, resumiu com precisão a situação da moda brasileira. “O mercado financeiro internacional está de olho. Muitos investidores andam comprando marcas por aqui. Deve estar bom, não?” / Sinceramente, sempre achei que a melhor parte de nossa moda, além de todas as qualidades, é o mercado consumidor. Que gente para gostar de novidade!

Lilica, fofa, porém séria

Lindo, o show da Lilica Ripilica. A referência na hora do chá rendeu uma coleção impecavelmente apresentada, de jumpers de veludo, blusinhas de floridos vitorianos iguais aos das meias cor-de-rosa, calças jeans com laços no bolso, sapatinhos de pulseira e botinhas estilo Ugg melhoradas. Muito cinza, rosas em vários tons, detalhes em cristais Swarovski em vez dos tradicionais broches das inglesas. Muitos babadinhos nas costas de saias, lembrando idéias da Vivienne Westwood, alguns balonês e casacos tipo blusão de esqui. Tudo coordenado, perfeito, digno da vitrine da loja de Milão. Para completar, os docinhos boiando no fundo em led no telão.

Intervalo / na platéia, vi o Beto Carrero, outro baseado em Santa Catarina, como a Marisol, dona da Lilica / Gianne Albertoni cantava a musiquinha do final, em francês / Quanto à minha própria prévia, esqueci o mouse, o band-aid, e de listar organizadamente os e-mails para onde serão enviadas as matérias. Em compensação, lembrei de um ítem fundamental no verão carioca: guarda-chuva!