Tereza Santos

Tereza faz tricô. Cria peças em tricô, é o que ela sempre demonstrou fazer muito bem, desde os tempos da Patachou. Agora, ela adentra outros territórios, principalmente o couro, porque as tecnologias de beneficiamento começam a surgir no Brasil. O resultado é notável (em todos os sentidos), nas calças boca-de-sino, em couros envelhecidos de alta qualidade, no colete com trabalho vazado, primoroso, e nos bolsões giga, que remendam peles, chamois, couros, tecidos, tudo. É um estilo jovem, um pouco na levada hippie, mas requintado. Na faixa da marca Balmain, mas em versão muito diferente, com o talento da Tereza.
Deste jeito, o tricô ficou até meio relegado a segundo plano, apesar de impressionar a variedade dos fios da Fides, valorizados nas suéteres com entalhes de pontos e texturas diferentes. Bom, para vestir é meio estranho, mas vale como conceito.

Intervalo / papos tecnológicos obrigam a uma revisão de vocabulário. Um top de viscose é lavado com ozônio; o gobelin é retinto, um courom pode ser craquelê. E o couro comum, tão nosso conhecido, vira pele de boi. As calças são flared pants / descobri que evento emagrece. As calças caem na cintura. Muito mais divertido do que spa / e a Vivienne Westwood, que não queria perguntas sobre punk, nem vida pessoal? Todo mundo quer ser mainstream, quando se faz dinheiro, a rebeldia acaba.