Alexandre Herchcovitch
(masculino)

O drama de territórios ocupados, em guerra, com todo tipo de problema político foi a bandeira desfraldada pelo Herchcovitch na coleção masculina e na feminina, também. Macacões com botões de uniforme, estampas de selvas tropicais e padrões em gobelin e mandalas em fundo preto foram facilmente identificáveis com o estilo típico do estilista que também enfrenta a situação de retomada da marca fora de grupos confusos. As grandes novidades são as camisas brancas, que voltam com discrição, a sugestão de acessórios tipo guerrilha, como lenços enrolados nas cabeças (no lugar dos bonés), nos pescoços, nos fios de seda presos nas platinas de ombros e as botas, com couro enrugado, modelagem alongada. O lado-saia está nos vestidos, ooops, túnicas, em algodão listrado e pregas abaixo da cintura, para completar com bermudas ou calcas skinny. A alfaiataria, como as camisas brancas, tem participação discreta, porém imprescindível. Calças com barra abotoada, um destaque.
Não é roupa de verão desenfreado, mas como quem usa Alexandre pouco se importa com o clima, tudo dá certo no final

Intervalo / impressionante, como na fila A, gente com bolsa Gucci e Marc Jacobs se estapeia por uma sacola de pano com as caveirinhas do Herchcovitch / para a colega Marly, Alexandre (eles são vizinhos, daí a intimidade) revelou que se ela gostou da coleção masculina, vai cair dura com a feminina. Ele fez tudo praticamente sozinho, até os bordados, segundo seu pai.