Redley, distante

Desfile bom é bom em qualquer lugar. A floresta da Tijuca não é minha sala de desfiles favorita, fica fora de mão, apesar de bonita, fresca, etc. A Redley não precisa de tanto deslocamento para mostrar suas propostas. Para ter uma idéia da dificuldade, a saí­da dos convidados do local exigiu dos mais espertos a descida a pé até onde estavam as vans. Ou ficar em pé em uma fila que não andava. Quando se tem uma platéia de jornalistas, boa parte cobrindo o evento on-line, enfraquece inventar uma locação a no mí­nimo 40 minutos de um sinal de telefonia, um G3, um notebook sem riscos de assalto.
Enfim, chega-se em local civilizado. A Redley confirma seu estilo urbano/natureza, coerente com a Floresta (não precisava levar a platéia para conferir um habitat possí­vel destas roupas), mostrou peças montadas em looks com cara de muito frio, em tecidos de algodão, tricôs de seda, alguns veludos e cores escuras. Para os homens, é praticamente bermuda geral, com patchwork, estampas de camuflagem abstrata, fechos grandes, e mais casacos esportivos, com os mesmos efeitos das bermudas. Um deles, tem uma manga apenas em azul-royal. Este toque de cor luminosa em meio a coleçíµes neutras parece ser uma constante nesta temporada de Fashion Rio. Luciano Canale também enxertou verde-lima e azul-bebê na Santa Ephigênia.
Para as mulheres, valem também as bermudas, calças confortáveis maravilhosas, casacos retos ou ajustados, com recortes debruados.
As botas com faixas de velcro são irresistí­veis. De saltos baixos e canos médios, calçam bonito nas calçadas da cidade ou nas trilhas das Florestas.