Colcci, coleção sem coleções
Além da Gisele, havia a promessa do tema de coleções. As cabeças teriam miudezas que remetiam às manias dos colecionadores. Pelo jeito, a turma da Colcci só coleciona chaves, que é o que vinha pendurado nas calças masculinas. Os homens deram mais sorte, ganharam roupas melhores, apesar de muito pesadas. Dava para ir até o Alasca com as pargas e anoraks com capuz forrado de peles, tudo em preto. Os suéteres também eram grossos e trançados, mesmo quando vinham com bermudões. Rodrigo Hilbert foi o astro desta ala masculina, recebido aos gritos e palmas cada vez que entrava na sala.
Mas a parte feminina…nem Gisele salva. Calças coladas, longas, de cós alto, em jeans raw azul ou black; blusas de mangas fofas, meia dúzia de vestidos de seda preta, de saias balonês (taí, devia ser uma coleção, e eu na hora não saquei),e o auge, uma série de macacões também segundas-peles de tão colados (tenho que reconhecer que o corte é incrível), com míseros bordadinhos de flores branquinhas espalhadas pelas pernas, bundas.
Fazendo um retrospecto, o melhor desfile, como espetáculo, da Colcci, foi o do sofá de veludo, com a Gisele de bolerinho de pluminhas ou pelúcia rosa nossa, virou uniforme das teens no Brasil. E o da trovoada na entrada da passarela, poucas vezes Gisele esteve tão linda como naquela hora.
Ai, tinha que lembrar destes, para não sair com uma impressão tão pessimista da marca que faz tanto sucesso e tem tanta qualidade de confecção.