Ronaldo Fraga, emocionante
15h35
Isto não é novidade, que ele é sempre emocionante, com temas literários, Nara Leão, rio São Francisco…O desfile de hoje contou com elenco de mais de 70 anos e criancinhas, o que já garantiu surpresas. Na cenografia, bonecos de pano que foram personagens da peça Giz, encenada em 1988, autor Álvaro Apocalypse, móveis brancos e roupas antigas em araras no fundo. Juntou estes atores e esta ambientação, dentro da caixa preta que é uma sala de desfiles, e pronto: quem não estava doida tentando escrever, assistir e filmar (como eu), estava procurando lenço de papel na bolsa, às lágrimas. Foi um momento marcante, tenho certeza.
E um dos melhores desfiles, com bela coleção, do mineiro cult. Roupa sofisticada, minimalista, sem preocupação com dados folclóricos ou excessos de brasilidades ou registros fiéis de alguma época ou história. Disto, se encarregaram os bonecos do Giz, movimentados por manipuladores eficientes. Temos vestidos soltos e curvos, em listrados desencontrados, lãs orgânicas, casacos debruados e fraques para os senhores, em vez dos ternos de sempre. Muito humor, muita emoção, e muita moda, no Risco de giz do Ronaldo Fraga

Ficha
Beleza: Marcos Costa
direção de desfile: Roberta Mazzola
estamparia: Criata
cenografia: Patricia Naves

Alexandre Herchcovitch
17h
Outra excelente série de moda, não fosse do Herchco. Trabalhou a alfaiataria com assimetrias de babados pregueados de um lado só das peças, brilhou nos vestidos em barras de paetês vermelhos e ouro-velho, sugeriu o uso de calças pretas ou bermudas sobre outras calças, mais estreitas, bordadas ou estampadas. No final, estolinhas de peles fakes, em tecidos felpados. A descrição é curta, porque não discrimina as variantes de modelos. Mas o trabalho foi bom
17h10

Ficha
Styling: Maurício Ianês
Beleza: Celso Kamura
Direção do desfile: Roberta Marzolla
trilha: Max Blum

Intervalo / Betty Lago ganhou um beijinho jogado pelo Herchcovitch, na passagem dos agradecimentos / milagre: tinha release, explicando a coleção! Pela primeira vez, porque ele sempre se recusou a explicar as peças / que falta faz o armário para guardar as bolsas. Sabem o que veio do Alexandre? Um guarda-chuva! /