Lino Villaventura, de preto

Ele sempre diz que nunca pensa em tendências, histórias ou conceitos. Já que muita gente cobra estes textos, ele cria algo, para satisfazer. O filme noir, como os franceses chamam o filme de mistérios e detetives, acabou sendo o fio condutor da coleção que fechou com brilho a noite de segunda-feira. Uma beleza de tecidos retrabalhados com nervuras e plissados, sedas e tules refeitos para montar vestidos, calças e casacos curtos e um tanto orientais. Saias amarradas, quase de samurais e decotes nas costas com fios finos como teias de cristais, cabeças com tiaras negras e sapatos variando dos monumentais, com cristais no encaixe da plataforma ou sapatilhas de bailarina, são alguns destaques da apresentação. Para os homens, calças e camisetas de mangas longas, também montadas em nervurados “obssessivos e sinuosos”, como define Lino.
Várias vezes comentei que a roupa do Lino era de museu, de tão preciosa. E preciosa continua, mas ganhou muito em usabilidade.

Intervalo / não dá para entender por que as salas ficam tão escuras antes do desfile. Os monitores mal acham os nomes nas listas de convidados e estes fuçam nas bolsas, tateando em busca de celulares e canetas / a nova sala 4 não está agradando. Muita gente acha pequena demais, são 250 lugares. Por mim, gosto porque fica no mesmo andar da sala de imprensa / outra pergunta que se repete: por que as entradas das salas são tão difíceis?