A moda veste, embeleza, enriquece quem sabe administrar, faz lindos espetáculos e revela talentos. Mais do que isto, consegue emocionar, divertir e assumir posições de manifestos. Desde ecológicos, sociais, até políticos, como fez Zuzu Ângel nos anos 1970.

A dupla que assina a marca Caio Nascimento seguiu esta linha. As peças em jeans duro, os listrados rosa, as calças com babados laterais vinham com palavras contestadoras, desde “1964 não” até nomes de pessoas perseguidas durante a era militar, como a própria Zuzu, a jornalista Miriam Leitão, Marighela, e outros. O elenco desfilou com as bocas cobertas com a palavra “não”. A trilha era um rap com trechos de entrevistas polêmicas antes da eleição do Presidente Bolsonaro.

Muito bom que alguém use a moda para expressar opiniões e refletir momentos fora do nosso guarda-roupa. Pode comprometer um pouco a visão das roupas, mas vale para sacudir certos marasmos.