Louis Vuitton vale a viagem

14h38
Ok, é muito bom ver roupas usáveis, pretinhos lindos, casacos elegantes. Mas ver um, dois, dez coleções assim, desanima. Porque tem que haver novidade, maluquice, choque, do contrário não é moda, porque não inova.
Esta semana contou com três grandes desfiles: Dries van Noten, Hermès e Lanvin. E um super-desfile, visto hoje, da grife Louis Vuitton. Tudo deu certo, desde o horário rigidamente marcado por Marc Jacobs (em Nova York também começou no horário, segundo comentários), até a arrumação da sala, sem arquibancadas, com cadeirinhas pretas forradas de rosa, quase todo mundo em primeira fila. Muito chique, fez justiça às convidadas que se produzem de LV da cabeça às unhas dos pés e puderam se exibir para as fotos de people.
Na coleção, quase todas as formas são ajustadas por lastex, um drapeado mais tecno, lembrança dos anos 70 bastante modificada.


Em couro, renda, todo tipo de material, fez vestidos curtos, saias e tops. Os ombros são marcados em algumas peças, principalmente nos casacos pretos; há flores repolhudas inseridas nas mangas; um blazer preto parecia apenas oversize, mas quando a modelo virou de costas, havia um complexo amarrado junto à cintura. Tudo é assim, complicado, cheio de detalhes. Há um ar meio Moulin Rouge, meio Toulouse Lautrec, nestas cabeças de Goulues com coques altos com pérolas espetadas ou laços que parecem orelhas de coelho.
Dá para destacar a blusa em devorê preto, com o logo famoso; os colares com elos que parecem captadores de energia solar; os brincos com bola pretinha pendurada em haste longa. O tom de rosa-marzipã nas bolsas e casacos. Os sapatos com salto de ampulheta, entremeada por pérola, as botas de cano muito longo, com laçadas e recortes, babadinhos no cano. É tanta complicação, tanto luxo, que até um legging ganhou bordado igual ao padrão cashmere da túnica que acompanhava.

Um belo trabalho, uma aposta na extravagância e no luxo, coisas que andaram meio esquecidas nesta semana de propostas sensatas e moderadas, prontas para serem usadas.

Ficha: nada, nem um papelzinho contando quem penteou, quem maquiou, nadinha.

Intervalo / Patricia Romano, nossa RP defensora dos brasileiros na LV, estava de galochinhas de plástico azul nos pés, para proteger a forração branca da sala. Depois, tirou e exibiu a bota super-alta, com laçadas e a bolsa de logos, dourada / um acessório novo: óculos-viseira.