Nem metaverso, nem cápsulas: o Dragão Fashion segue em frente, acreditando na criação e em novos mercados físicos. Nunca tinha visto evento que recebe agradecimentos por parte dos patrocinadores. Parecem todos felizes pela oportunidade de participar das ações inventadas pelo Cláudio Silveira.

Na quinta-feira, segundo dia de desfiles, vimos estas propostas:

Bruno Olly: ao som de Donna Summer (irresistível “feeling love”), a coleção Não existe Paraíso foi impressionante. Porque não se define como masculina ou feminina- eu queria muitas peças-, ok, isto já se faz, como estilo sem gênero. Mas poucas vezes vi uma tal perfeição de alfaiataria, mesmo nos looks mais conceituais. Todas as peças são básicas, mas com cortes inovadores: o paletó tem recorte transpassado nas costas, o trench é todo montado em cortes diferentes, um vestido com franzidos (ótimo), em cinzas, rosas com grandes mangas, um camuflado em tons de laranja e marrom, em padrão de folhas e flores. Bom ver que em vários looks extravagantes, há calças extremamente clássicas, impecáveis, enfim a mistura de ousadia e classe

Vestido cinza para homem, mulher ou quem quiser usar, do Bruno Olly

Sand Blu: quando pensamos que tudo já foi feito na moda praia, me aparecem os sutiãs com penduricos, os biquínis com alças duplas laterais, uma com lacinho e outra com metalzinho na ponta, corseletes em vez de sutiã. No final, uma série prata, de shorts e saiotes. Interessante, os acessórios em alguns looks, metros de cabos enrolados nos corpos. As belas conectadas

Final da Sand Blu, em primeiro plano o look prata

Vitor Cunha: um dos meus favoritos, desde a série de macramês da última coleção. O tema Alomorfia trouxe libélulas nos rostos, e resultados mais comerciais, como as mangas de crochê nas vestes, as peças montadas em quadrados de crochê em azuis e verdes. Ou na camisa que parece ao contrário, com zíper vertical na manga. Na jaqueta vermelha com enviesado na barra ou na túnica também vermelha. Nos acessórios, luvas estilo Wolverine, de dedos com garras e um turbante com pontas longas. 

Vitor, confesso que esperava mais…

 

Tons rosas e vermelhos, nas mangas de crochê e nos franjados do Vitor Cunha

Vi lingerie: é lingerie ou moda Party? Quem esperava camisolas, calcinha e sutiã recebeu saias longas, corpetes com amarrados nas costas, bustiês de babados. O que podia ser considerado lingerie era a cartela de preto, nudes e vermelhos. Eu bem gostei da Vi

Camisolas ou festa: duvida boa na coleção da Vi Lingerie

Lindebergue: começou na cova, lúgubre, todo em preto com camadas e pufes de tule. Corações desenhados e recortados enfeitavam vestidos. A estampa de gente aparece em túnicas, alguns looks têm estrelas e faixas. Além de clássicos mocassins pretos, sandália de base alta completaram o final da parte negra, no final, ao som de Guns & Roses, destaque para os suéteres com muitos punhos ou mangas enormes abertas, em barras bordadas de marrom (mais uma vez lembro que a luz da sala engana nas cores, poderia ser laranja, caqui, etc). 

Nem precisava gastar palavras descrevendo roupas. Lindebergue nos conquistou de cara, apresentando e agradecendo à equipe do ateliê, contei 15 petit mains, bordadeiras, rendeiras, costureiras, modelistas maravilhosas. 

to 6

Eu sei eu sei, está sem foco,é só pra mostrar a túnica com estampa de humanos do Lindebergue

Ivanildo Nunes: amiga celebridade: precisa de um traje épico para um tapete vermelho do Oscar ou subir os degraus do Metropolitan? Fala com o Ivanildo e arrasa com um longo de renda amarela com bordados de brilhos. Ou um branco com saia etérea, leve e volumosa. Ou quem sabe, o vestido de alças duplas assimétricas em laranja e amarelo. Minha recomendação: os tons de vinho vibrante do final da apresentação. 

Amiga,  a Reuters, a AFP, a Getty, todas as agências de fotos vão pedir para você parar e sorrir para a foto da serie de bem vestidas do eventos

Longos para os red carpets, do Ivanildo Nunes