Este prédio azul-real abriga um dos mais interessantes backstages que visitei. Ou seria um making of? Trata-se do lugar onde é feita a avaliação sensorial dos produtos de maquilagem da L’ Oréal, em Chevilly Larue, a meia hora do centro de Paris. Na visita feita com um grupo brasileiro, as novidades foram muitas, as tecnologias, surpreendentes. Mas o alerta de notícia tocou alto quando uma das pesquisadoras relatou os resultados do grupo que se apresentou ontem pela manhã.
Eram homens de 20 a 40 anos, que declararam usar no mínimo três produtos de maquilagem diariamente. O corretivo, uma eventual base, rímel discreto e lip balm, aquele batom-hidratante, tipo bálsamo.
Atualmente, cerca de 0,5% da população masculina francesa usa este tipo de produto.
Dois detalhes que chamam a atenção, principalmente de quem já está fazendo muxoxo de preconceito em relação aos pesquisados: primeiro, não eram gays. E segundo, não foi um pesadelo conseguir voluntários para esta reunião.
A divisão luxo da L’ Oréal já tem uma linha completa de make masculino, na grife Thierry Mugler. Desta avaliação que nem foi fechada ou divulgada, deve resultar uma coleção nas marcas Lancôme ou Biotherm.

E por que estes senhores passam minutos em frente ao espelho, aplicando cosméticos? Porque querem parecer melhores, não porque querem exibir que estão usando maquilagem.

Comentário: vamos lá: para que serve um corretivo? Passado de leve, bem espalhado na pele, atenua olheiras e manchas.
E um rímel? A aplicação em um tom escuro, grafite ou marrom, garante um contorno mais definido nos olhos. Algo no gênero Johnny Depp como o pirata do Caribe. Alguém aí acha Depp gay?
O lipbalm hidrata e dá brilho nos lábios. Melhor do que a aparência ressecada, lembrando papel.
A base? Bem, por mim, a base pode ser dispensada, porque sempre – mesmo nas mulheres -, tem um efeito artificial.
Como para as mulheres, convém não exagerar na quantidade ou no colorido. Um homem maquilado em excesso sempre vai lembrar aquela cena do filme Morte em Veneza, em que Dirk Bogard vai ao barbeiro e se maquila, pinta o cabelo de preto, horrível.

Em volta / no embarque para Paris encontrei a Mônica Lerina, assistente do Antonio Bernardo. Ela foi para Munique, participar da Inhorjenta, um dos maiores salões de Jóias e relógios da Europa. No mostruário, destaque para o ouro rosa, lindo / Uma tripulação excepcional no vôo Air France 443 de segunda-feira, dia 19. Há muito tempo não via comissários tão gentis / Mas como é longo, este vôo…/ Paris está com sol, temperatura em torno dos 10 graus. Casaco de couro resolve. Só não trouxe o meu, porque não posso passar mais uma semana aqui, com ele, dia e noite. / no dia seis de março abre a expo Decifrando o Cabelo, no Sesc Pompéia, em São Paulo