Christian Dior

De vez em quando o fato de trabalhar há algum tempo traz vantagens. Ver o desfile Dior e saber que muitas peças lembram as maravilhas assinadas por Thierry Mugler e Claude Montana nos anos 80 é um privilégio de gente como eu, Costanza Pascolato, Marina Sprogis, Marcio Madeira. O que não diminui o mérito atual de John Galliano, autor da bela coleção vista hoje, na tenda montada no jardim das Tuileries, em Paris.
Tailleurs em couros precisoso, com mangas de peles tingidas nas mesmas cores dos couros, dos sapatos e das bolsas, marcaram a passarela que saía de um cenário com escadaria em curva. Muito alta-costura, muito rico, com bordados em prata e pedras nas mangas, barras das saias e ombros, tinha a cartela cheia de verdes, fúcsia, pink, lilás e ameixa. Os cabelos longos e ondulados lembravam Jerry Hall nos desfiles de Thierry Mugler, que lembravam as estrelas de Holywood nos anos 40 / 50 – Rita Hayworth, Lauren Bacall, Veronica Lake.
Muito bonito, muito aplaudido, houve quem jurasse que Gisele estava anonimamente no elenco. A menina tinha até o jeito dela andar, olhando de vez em quando para o chão. Mas no final, quando John Galliano veio cumprimentar a platéia, achei que estava com uma cara meio sem graça. Vestia terno de risca-de-giz e boina marinho.

Intervalo/ as cores brilham nas passarelas, mas será que vão entrar nos guarda-roupas? A roupa da platéia continua sendo preta. Muito mais prática, ainda mais neste clima de chuva e frio / um bom endereço para pechinchas, tipo pontas de estoque da Adidas e Puma, é o boulevard Bonne Nouvelle. Tênis desde 15 euros, peças da coleção Stella McCartney para Adidas, botas diversas (feias, muito feias e algumas bonitas e bem bonitas) desde 8 euros. Metrô Bonne Nouvelle

Jean-Paul Gaultier

Homenagem à Escócia, com direito a xadrezes dos clans tradicionais (amarelo e preto, vermelho e preto, verde, preto e branco), saias kilt curtas e longas, capas com mochilinhas acopladas nas costas. As capas têm costas com pregueado em cauda, arrematado por laço na cintura. Este mesmo laço enfeita casaquinhos de veludo roxo. Meias trabalhadas, sapatos amarrados de verniz preto e bolsas em peles, são detalhes que reforçam o espírito escocês. Claro, as gaitas de foles eram ouvidas sutilmente, e uma dançarina abriu e fechou o show. Para acentuar a inspiração, as cabeleiras eram ruivas. Carol Trentini ficou muito bem de cabelinho cor de cenoura.

Intervalo / no Brasil, Bryan Adams apresenta as fotos que fez da coleção Zephir, da H. Stern. No dia seis de março, no hotel Emiliano, em São Paulo / E Karina Steremberg lança o inverno da Ka, na quinta-feira, dia 1º, na Forneria, no Rio