Brasileiro é um dos grandes viajantes do mundo, atualmente. Porque o dólar está baixo (mas a hotelaria e os passeios estão caros, restaurantes nem se fala), porque há uma curiosidade pelas novidades, para pesquisar, para estudar, mil pretextos. Impressionante é a vontade de praticar esportes como o esqui na neve!
A operadora Ski Brasil, segundo o jornal The Wall Street Journal, levou cerca de 20 mil brasileiros para Aspen em temporadas recentes. E olha que esquiar em Aspen não é para qualquer um, são montanhas íngremes, apesar da neve fofinha que os americanos tratam de fabricar diariamente (ou vocês achavam que caía aquela neve linda direto dos céus?). Em compensação, a cidade é um agito só, cheia de comprinhas de grife e outlets em volta, oba.
Também o que chama a atenção é o fato da imprensa americana publicar algo sobre os turistas brasileiros. Nos anos 1990, a Flórida praticamente vivia dos 40% (estimativa pessimista, porque só os grupos de excursão reuniam até 50 viajantes adolescentes e familiares) de brasileiros que formavam o grupo de visitantes em Miami / Orlando. Ninguém publicava nada, nem um comentariozinho, desprezível que fosse. Cada grupo destes que deixava um hotel em Miami Beach ou City, convocava um caminhão-baú para levar as malas até o aeroporto.
Ou as coisas mudaram, e foi preciso reconhecer a importância financeira da brasileirada nos USA, ou realmente, Aspen tem o português como língua oficial, de tantos patricios deslizando pelas pistas.
Vail é outra graça de cidade, menorzinha, mas com o encanto de um estilo meio faroeste, com decks de madeira em vez de calçadas. E todas as grifes nas vitrines, claro. A segurança é a maior preocupação da estação. Tanto que os funcionários usam capacetes para esquiar e incentivam os turistas a adotar os equipamentos de segurança nas montanhas.
Agora, um palpite sobre a viagem. American, Delta, United e Continental costumam propor vôos sem escalas entre os grandes aeroportos do pais e o Eagle Airport, localizado a cerca de 50 km de Vail. Tenho dois motivos para desaconselhar este roteiro. Primeiro, porque pode ser um vôo daqueles, com turbulência sobre as montanhas – hummm, desagradável…-, em avião nem sempre grande. Detesto aviõezinhos a hélice ou que a gente tenha que entrar de cabeça abaixada na cabine de passageiros – tem disto, nesta rota. Segundo, porque vamos combinar, que é ótimo ir via Denver! É uma cidade linda, com restaurantes tex-mex e orientais maravilhosos. Dali, aluguem um carro e vão subindo as Rochosas, lindonas.
Daqui a alguns meses chega a vez das neves da America Latina. Preparem os esquis! Ou os braços para carregar as compras – apesar de Chile e Argentina terem menos opções de diversão neste setor. Importante é aterrissar em Ezeiza, em Buenos Aires, e cair de cara no free-shop, logo na saída do avião. Tem sempre boas promoções, é completíssimo.