Sandálias e chinelinhos de plástico (ou materiais semelhantes) em princí­pio são acessórios de grande produção, feitos para custar barato. Mas assim como as grandes lojas de departamentos convocam designers famosos nacionais e internacionais (pensem em Roberto Cavalli na C&A, por exemplo), as indústrias de calçados injetados também contratam assinaturas de í­cones da moda para valorizar seus produtos.

É a estratégia deste século, usar grandes nomes para dar um upgrade a marcas basicamente populares. Só que ninguém quer ser popular, todos querem ser elite, chics, fashion, por aí­.

Em alguns casos não dá muito certo, como nas coleçíµes de Karl Lagerfeld para a Melissa – se não fosse pela assinatura, usarí­amos um sapato com um salto em forma de casquinha de sorvete?

Em compensação, Gisele Bündchen, a Midas da moda, continua assinando uma linha para a Grendene, com muito sucesso. Inspirada nas riquezas do nosso Paí­s Tropical, a coleção tem rasteirinhas de tiras finas com visual de pedrarias na frente. Simples, alonga as pernas e com preço razoável, menos de R$ 30. Tem que fazer sucesso, não?

Outra famosa, Lenny Niemeyer, criadora de moda praia sofisticada, lança o terceiro modelo para a marca Ipanema. Uma rasteira de tiras fininhas com fivela no centro, bonita no tom nude, está à venda também nas lojas da própria Lenny, o que leva o preço para R$ 90 em média.

Nas Havaianas, marca mais emblemática deste setor, o chinelinho clássico ganha “irmãs” diferentes, mais próximas das rasteiras da moda do que dos companheiros de praia e casa. As mais interessantes têm o solado em colorido degradê, tiras mais fininhas. Aquela sutileza da moda atual, que quase esconde a novidade – só quando são descalçadas mostram o detalhe das cores harmoniosas. O preço fica na faixa dos R$ 16 aos R$ 20.

E mais / inexplicável, nossa paixão por estas sandálias! Pelo menos no meu circuito não conheço ninguém que tenha só uma, é um tal de colecionar cada novidade que aparece. A qualidade da produção é uma das razíµes desta mania. Outra boa razão? Ah, quem não gosta de chegar em casa e trocar o salto 10 por um chinelinho de borracha? / Aliás, o que chamamos de borracha pode ser PVA, PVC, PU, estas iniciais misteriosas, ou material reciclado, plástico injetado, um sem fim de tecnologias capazes de adaptar para todos os modismos/ mas bom mesmo, é a rasteira, ideal para verão, praia, casa, chuva. No Rio, por mais que as campanhas de TV sugiram o uso em festas e baladas, ainda estamos longe de tanta informalidade / e há uma ocasião quando os chinelos são ansiosamente esperados: festas de casamento! Gente, pode ser muito confortável, mas fica horrí­vel a noiva, as madrinhas e convidadas com roupas lindas, calçadas com chinelos dançando a noite inteira

Fotos da Gisele

Making of: Luciana Prezia

Styling: Daniel Ueda

Beleza: Daniel Hernandez

Criação; agência ífrica