Por algum motivo tecnológico (a falha de conexão da Rio Orla, um pique na tomada barroca que descolei ao lado da sala de imprensa, uma desconectada no meu modem Tim), o comentário sobre a Cia. Marítima deixou de ser postado. Por um lado, até foi bom, porque deu para sacar como a grife tem adeptos, pelo menos entre os leitores deste site, porque recebi muitas reclamações.
Desculpem, e leiam hoje, quase uma semana depois.
Cia. Marítima, de túnica
fotos Ines Rozario
Mariana Adans e Patrizia Simonelli fazem o estilo, Benny Rosset lidera a Cia. Marítima. Vamos para o desfile sabendo que será mais uma marcha de tops louras e lindas, mecanicamente vestindo várias peças cada uma. Não pensem que hesito em ir, sentar em qualquer fila – outra característica da Cia, não estar nem aí para a imprensa de outros estados, fora de Sampa -, porque como a marca é ligada a um poderoso grupo têxtil, especializado em Lycra e arredores, há sempre uma inovação tecnológica incluída. Desta vez, é a malha Innovation, os fios tintos e os tecidos eco-tecnológicos, além do louvável fato da Rosset não usar água potável para fins industriais e ter conseguido reduzir a emissão de gases carbônicos e sulfurosos. Só isso, já obriga a admirar o trabalho da marca.
Só que desta vez – ó surpresa! -, em meio à marcha de tops como Fernanda Tavares, Geanne Albertoni e Isabeli Fontana, ao som de Roberto Carlos (gostei, é diferente) e na cenografia em preto da Daniela Thomas e do Felipe Tassara, surgiram túnicas e minivestidos em renda tecnológica, tipo guipure. Curtas, longas, brancas ou pretas, foram destaques cobiçáveis para os dias de sol ou as noites de festa.
Ah, em matéria de biquínis e maiôs, há correntes nas laterais dos biquínis, combinando com as pulseiras de prata do Guerrreiro, repetem-se as boas estampas estilo Pucci (por que não repetir, se são boas?) e bizarros biquínis de renda branca. Ainda estou acho que estes seriam melhores como lingerie. Agora, viram prévias da migração da calcinha e sutiã para o beachwear, estilo que deve pegar em uns três anos.
Foi um dos melhores desfiles da Companhia do Benny. E dos menos pretensiosos da carreira da marca. Os ares do Rio, a maresia do posto seis, sei lá, algo assim, fizeram bem.
Intervalo / assediado pelos fotógrafos e repórteres, na platéia, o lindão Murilo Rosa, marido da Fernanda Tavares / Benny, atenção a um detalhinho que cresce na luz da passarela. Algo está errado quando uma modelo passa o tempo todo segurando o maiô na passarela, para o decote não cair. Preferível retirar esta peça (não a modelo) da apresentação. Não me refiro à modeo que está de biquíni, na foto desta coluna / mais uma vez, muitos chapéus panamá entre os convidados e na equipe de apoio. Uma repórter perguntou à Betty Lago se era um chapéu de palha. Betty, que há anos enfeita e protege a cabeça com este tipo de acessório, respondeu, quase ofendida, “palha? o que é isso, menina? É panamá, feito à mão!” / O estilista Gustavo Lins, mineiro residente em Paris, estava adorando as férias no Rio e estar no Rio Summer. Mas confessou-se um pouco decepcionado com as coleções. Apesar de não ter visto todos os desfiles, até a tarde de sábado destacava apenas a Salinas e a Iódice. Ele quer mostrar sua moda no Brasil. O que já vi, vale a pena ver. É um dos precursores do Novo Minimalismo que voltou à moda internacional / E a Claro, que quase não aproveitou o fato de ser a patrocinadora do título do evento?