Sempre escrevo isto, quando falo da Animale, porque é o foco do trabalho dirigido pela Claudia Jatahy. As poderosas do próximo inverno estão mais modestas. Sem brilhos nem bordados, elas vão aderir a um jeito punk diferente. Um tailleurzinho moderno, cheio de recortes, é feito em tecido escovado e texturizado de modo a parecer envelhecido.
Nos ombros e alto das mangas, despontam feixes de espetos no mesmo tom rosa do modelo, que pode nem ser um tailleur de verdade e sim, uma composição de modelagem.
No lugar das estampas de oncinha, que elas gostam tanto, nossas poderosonas lembrarão do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin (que elas assistem em DVD no vídeo-clube, em sessão nostalgia no home theater de casa) e vestirão peças com estampas de engrenagens, em tons de cinza. Meio construtivista, meio anos 1990, a coleção podia ser
mais didática no desfile, criar grupos de modelos, para evidenciar as pequenas diferenças entre as peças. Isto tiraria a impressão de repetição de estampas e moulages.
De qualquer forma, trata-se de um novo conceito de poder para as adeptas de uma das marcas mais importantes do país. O poder sem brilhos nem bordados, com a falsa pobreza dos ricos tecidos trabalhados com técnicas avançadas