Empreendorismo pode parecer lenda. Só que lendas surpreendem na vida real: uma simples tarde de lançamento ensina ser possível trabalhar – ou melhor empreender – em um setor disputado como a moda.

Isabel Braga festejando a parceria da BoBags com a A. Brand

Em 2009  Isabel Braga teve a ideia de criar um conceito de aluguel de peças de moda. Em 2013, vendo o crescimento do movimento de Uber e Airbnb decidiu apostar na internet. Um objetivo original na época, que exigiu sete anos de preparo até os primeiros cliques na BoBags.

Isabel passou um ano e meio no Vale do Silício, na Califórnia, estudou a formação deste tipo de negócio, passou pela Women’s Startup Lab, teve mentorias de CEO e começou a fazer eventos de e-commerce.

Em 2016, devidamente estruturada, botou a plataforma no ar. Bolsas de marca como Chanel, Vuitton, Moschino, Jimmy Choo começaram a encantar quem gostaria de passar um fim de semana festivo com uma bolsa de marca famosa. Muitas vezes o encanto provocava a compra.

_ Enviamos peças para o Brasil todo. Se o pedido for feito no horário comercial, pode ser entregue no mesmo dia, ou no máximo pela LATAM, em três dias, fora do Rio ou São Paulo. As clientes de Manaus são super organizadas, preveem a antecedência necessária, pelo tempo do frete _ contou Isabel durante a apresentação de um corner da BoBag como parceria com a marca A. Brand, na loja do Rio Design Leblon.

Algumas peças da BoBags no evento na loja do Rio Design Leblon

De pertinho, a bolsa Chanel branca, o bracelete Balenciaga e a bolsa Hello Kitty da Olympia Le Tan

_ Esta é outra etapa. A BoBags evolui para o aluguel (e eventual venda) de acessórios e roupas. Além das novas coleções teremos os modelos atemporais. Tudo na plataforma online _ acrescentou Isabel, que praticamente seleciona os ítens, coordena os pedidos, organiza a logística das entregas.

 

 

_ Só a parte técnica fica por conta da equipe de programadores. Sei o que quero, como deve ficar o site. Muito bom evoluir rapidamente, já temos clientes que pedem para ficar alguns meses com as peças. Por outro lado, seleciono acessórios de pessoas que oferecem bolsas para o estoque. Devem estar em bom estado, muitas ainda com as etiquetas de preço!

Nesta seleção entram as famosas Chanel, Dior, Vuitton, e Isabel faz questão de manter uma espécie de renovação do conhecimento de moda.

_ Junto com os cintos Gucci, as bolsinhas numeradas, o bracelete Balenciaga, quero mostrar nomes e marcas pouco conhecidas, como a Off White ou a Cult Gaia, autora da bolsa de acrílico em semicírculo ou a Olympia Le Tan, das bolsinhas numeradas com bordados de Hello Kitty.. Viramos um market place, onde ofertas são possíveis. Estamos também dentro desta cultura de acumuladores, que assim ganham uma espécie de closet na nuvem.

Para quem imagina que a base do negócio é uma super sala em um prédio comercial de luxo, fique sabendo que Isabel trabalha em uma sala no Ipanema 2000, atende em coworking em São Paulo. “Ficamos no real, do tamanho da empresa, sem exageros de locais e gastos desnecessários”, ensina.

Bracelete Balenciaga? Sabem quem aluga? Quem quer se exibir nos festivais de rock com a grife francesa no pulso e uma pochete Valentino na cintura..

Na BoBags um tricô listrado da A. Brand é alugado por R$ 72, por quatro dias. O conjunto, com a saia, alugado por R$ 140. Quem se apaixonar pelo look, pode comprar, descontando do preço o valor do aluguel. Atualmente já há quem fique com a peça por mais tempo, renovando o valor do aluguel. Os acessórios (óculos, cintos, uma gargantilha Swarovski) são alugados a partir de R$ 30, um look completo pode ser a partir de R$ 90.

E assim, comprova-se que o empreendedorismo não é lenda. A BoBags exigiu originalidade, atualização e muito estudo _ a receita quase infalível para o sucesso. O resto, é não parar de inventar.