Montar uma coleção em exposição está longe de ser mais barato do que um desfile. Pronto: está dado o recado para quem sente falta de passarela, modelos, etc. A opção da Cavendish foi exibir seus vestidinhos estruturados, em estampas florais-quase-camuflagem, em armações sobre plataforma de metal acobreado, idéia e projeto do Edgard Otavio. Funciona bem, dentro de um evento cheio de desfiles. Aproxima a gente da roupa, dá para ver os rolotês marcando as formas, a cintura marcada, as saias em camadas e pétalas. Distingue-se o recorte em forma de guipure e a renda de verdade, com aplicações de flores. O que, flores no inverno? Por que não? Segundo Carla Cavendish, “nosso inverno não pede roupas pesadas. O que estou mostrando em lãs, depois adapto para materiais mais leves, porque minhas lojas são no Rio, e o atacado prioriza o Norte/Nordeste”, revelou a estilista, que promete incluir chapéus floridos como acessórios, além dos oxford e das sandálias de plataforma forradas nas mesmas estampas. O inverno morno foi pretexto também para excluir peles da coleção. Uf, ainda bem – e as estampas são da Pano Digital, que produz com corantes à base de água e tecidos reciclados.
Só tem um senão: haja corpo para enfrentar as saias curtas e as cinturas cortadas! Para quem não tem predicados físicos à altura, há o caban em pied-de-poule, lindão, e soltão. Bota com uma calça preta, slim, e vai em frente!
Intervalo / quem disse que o Edgard Otavio só lida com flores? Ele assinou a expo da Cavendish, sem uma margaridinha sequer e ficou ótimo / Clara Tiuzzi, a atriz que faz a blogueirinha, filha do Jacques Lecler, vai circular nos eventos. Como blogueira, claro! / Trilha da DJ Tati da Vila: Bebel Gilberto, Tulipa Ruiz, Madeleine Peuroux, Nancy Sinatra (de novo? Ontem abriu a Patricia Viera) e Nação Zumbi / Fabiana Mayer estava lá, de modelo, para quem sentisse falta de imagens humanizadas. Mas as roupas estruturadas existiam por si só.