Conheci a The Real Real através do Jerry Fernando, estilista e costureiro residente nos Estados Unidos. Por ele, fiquei sabendo desta rede incrível fundada em 2011 por Julie Wainright em São Francisco (tinha que ser esta cidade, point de criatividade nos Estados Unidos).Em 2019 havia 1.700 funcionários (agora, não se sabe)  lojas e vendas online, no conceito de um super brechó de luxo, o que eles chamam de luxury resale market.

Uma das lojas The Real Real, o maior brechó de luxo do mundo

 

 

 

Acontece que o sucesso do Real Real incomoda a Chanel, marca que pretende ser única, controlar seus pontos de venda. Demorou até para entrar nos Duty Free de aeroporto. E o Real Real tem de tudo, as bolsas lindas, principalmente. Resultado: rolam reclamações por todos os lados. O TRR (Trade & Regulatory Reform), espécie de ente controlador dos acordos econômicos americanos, alega que a Chanel viola leis antitruste, monopolizando a venda de seus produtos. E mais, o TRR clama em resposta do processo que Chanel abriu contra o site de revenda de luxo em novembro de 2018, alegando que o TRR estaria infringindo as marcas oficiais e as contrafações com as vendas dos produtos Chanel de segunda mão.

E agora? O The Real Real revende peças usadas, como qualquer brechó, atendendo a quem não tem posses para comprar os novos. Qual é o problema? Faz o que, com estas peças velhas (mas muito bem conservadas)? Vão fechar todos os brechós do mundo? A diferença é que o Real Real concentrou no mercado de luxo. E daí? É uma opção de comércio a ser respeitada, principalmente nestes novos tempos. A era de ter um closet com 20 bolsas _ algumas ainda com as etiquetas de loja _ deveria acabar, com estas mudanças no planeta. Por que não botar para vender, em consignação, deixar ao alcance de quem sempre sonhou em ter aquele troféu, digo, acessório de marca, uma bolsa ou uma blusa?