Preconceito faz parte da cabeça de quem escreve e analisa qualquer assunto ou tema. Antes do desfile, sobrou tempo para dar uma volta no salão de negócios do Minas Trend. Bateu um desânimo, porque a coleção da Chicletes com Guaraná pareceu bastante singela no estande. Mas vamos lá, tem que ver para crer.
Pois foi uma boa surpresa. Bárbara Maciel e Louise Christine mostraram uma bela série de vestidos montados em pregas, repuxados e moulages complicadas, em cores fortes como o amarelo ou sóbrias como o navy, muito rosa-pitanga, estampa de guaraná, a planta. Mesmo com alguns exageros conceituais de volumes que só vestem bem as bem magras e jovens, foi uma boa apresentação. Apesar de incomodar um pouco a presença de índios alinhados no meio da passarela, por causa da referência à lenda indígena do guaraná. Fica sempre meio fora do lugar, o grupo de cocar, pinturas tribais, batendo pés em danças próprias. Bom, é um trabalho para eles, feito de forma digna.

Em seguida, viriam os sapatos da Paula Bahia. Devem ser bonitos, coloridos, variados. Digo “devem”, porque como as modelos levavam os pares nas mãos, como se saísem descalças de uma festa de verão, só a platéia do lado esquerdo da sala viu as sandálias. As meninas paravam próximas dos fotógrafos, e voltaram rapidamente, como se quisessem voltar logo para casa. Deviam estar cansadas da festa…

Intervalo / gosto de algumas expressões que viram moda. “Volumes estratégicos” é ótima / no salão, destaque para os sapatos da Tathiana Gorentzvaig, com saltos de madrepérola, cobertos de pedras ou trançados como pied-de-poule. Bateu o Estudio TMLS, em originalidade