Mais uma prova da volta aos anos 1960: o palazzo pijama. Quem usou a referência, uma sofisticação daquela década, foi a Fernanda Brasileiro, autora da Fée, marca do Paraná.
De tanto folhear as revistas antigas da mãe e se encantar com os looks usados por Marisa Berenson, Florinda Bolkan, Tina Aumont, Elizabeth Taylor, sem falar nas páginas da Vogue com Jean Shrimpton, Fernanda acabou por criar uma linha de pijamas para casa e rua.
- Vestido “soltinho”, base da coleção Liberty
- Estampa estilo Liberty
- Alfaiataria em linho ou algodão
- Conforto: palazzo pijama da Fée
A Fée (fada em francês) nasceu em 2017. Ao contrário do que aconteceu com muitas coleções que se deram mal a partir de 2020, ano da pandemia, os pijamas da Fernanda eram soluções para um conforto chic durante o confinamento em casa.
“Sempre sonhei, desde muito nova, em ter uma linha de pijamas tanto para sair quanto para ficar bem-vestida, em casa ou fora, um verdadeiro dois em um. Adoro sua versatilidade e acho muito chic”, conta Fernanda que começou com apenas sete modelos, que vendia para as amigas. Eram 100 peças, que se esgotaram rapidamente, alcançando além do Paraná, as multimarcas de São Paulo e Minas.
“Acredito que não se trata de moda, mas um lifestyle atemporal perfeito para nossa vida estressante. Tenho como inspiração Francesca Ruffini, a esposa do CEO da Moncler, Remo Ruffini, que transpôs seus looks pessoais de sleepwear para a charmosa e bem-sucedida marca F.R.S. (For Restless Sleepers), com pijamas prontos para ocupar a vida social”, revela Fernanda.
A nova coleção chamada Liberty, vai além dos pijamas. Há tules estampados, veludo molhado (olha os anos 1960 de novo), a camisaria em algodão e a alfaiataria de linho. O nome Liberty vem da admiração pela loja londrina, que serve de inspiração para estampas que lembram papéis de parede dos anos 1970. Continuando o rumo do conforto, a coleção apresenta pulôveres e chemisiers de modelagem ampla, “soltinha”, como define Fernanda.
@feecollection.brand
www.feesleepwear.com.br
E mais: os anos 1960 propunham um estilo elegante, luxuoso, pronto para combinar com os cabelos em coque-ninho ou com as pontas holandesas (isto é, longos com pontas viradas para fora). Além dos palazzo pijamas, havia tubinhos bem comportados (nada muito curto) e os lindos redingotes em brocado ou cloquê. Os sapatos tinham salto 7 e laços na gáspea. Cílios postiços eram obrigatórios..
Tanta elegância durou pouco. As primeiras damas aderiram, as mães adoravam e imitavam. Mas aí vieram as filhas, os protestos contra a guerra do Vietnã, os movimentos hippies, que derrubaram os coques, lavaram as maquiagens, descolaram os cílios e bagunçaram as vestimentas. Em vez de redingotes, casacos com pelo de carneiro por dentro (mouton retourné), calças camufladas usadas de uniformes militares americanos, saias longas estilo indiano. Dois estilos maravilhosos, que merecem sempre que são revisitados