Enfim, parece que decolamos. Estes dois desfiles de hoje valeram todos os dias anteriores, de tão impecáveis. Adorei a trilha exclusiva da Ellus, o cenário de paredes e porta, o piso de madeira laminada. E claro, a coleção, mas isto não é novidade, já que a Ellus sempre fez ROUPA, mesmo quando descamba para uma ala de festa e luxos mais tradicional. Foi o que aconteceu neste desfile, que começou maravilhoso com pretos em conjuntos de saia e top, em camadas de tecido e couro, jaquetas tipo perfecto vermelhas com calças de renda também vermelhas, casacos, coletes e blusões forrados de pele, deixando ver as peles por fora, como os casacos que foram febre nos anos 1970, os moutons retournés. E acabou com longos de saia de fenda bordada de um lado ou uma manga só, bordada em franja, uma passagem dispensável no conjunto.

Um desfile é mais do que uma coleção bonita: precisa ter a música que a platéia se mantenha atenta, mas reconheça, que sinta alguma emoção. Tem que ter a luz certa, e o timing exato. A Ellus foi exemplar.

Intervalo /a música do desfile foi composta especialmente por Nick Smith, que reuniu outros músicos para a apresentação. O quinteto não existe, também foi criado para a ocasião. Um deles, bem humorado, sugeriu: “escreve que é o quarteto do Fábio, do Mario, do Teco e da Graziela”. Pronto, é o quarteto da Ellus, liderado pelo Nick Smith

A beleza da Ellus
“É a vez das cores da terra na beleza”, declarou John Stapleton, maquiador sênior da M.A.C. Com cáquis, marrons e vinhos na cartela de cores, Stapleton suavizou a mulher viking da Ellus com jeito de “fiz eu mesma”. Pense nos tradicionais beliscões nas bochechas para ficarem rosadas e em praticidade.
A misturinha de batons deu muita bossa: Media, um vinho fechado, foi usado como base para “rosar” a boca da modelo, e depois o Sissy, um caramelo que deu um tom rosa chá para o resultado final. Na pele, um pouco de B.B Cream, usado em praticamente todos os desfiles, para hidratar e corrigir. No toque final: Metal X Fusion Gold, uma sombra dourada da nova coleção da marca.
Para uma sobrancelha de viking, os pelos foram penteados para cima para dar um aspecto selvagem. Nos olhos, apenas rímel marrom. Stapleton confirmou: o cobre é o novo dourado, tanto na beleza como na moda, e pretende continuar nessa mesma cartela de cores em Nova York. (Juliana Spotto)