“Bordados e Búzios”

– Carlos Miele
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Na passarela de verão 2012, Carlos Miele traz o DNA da marca, brasilidade com bossa internacional, com um adendo a mais: os anos 1970. (Leia mais…)

A música “Tu veux ou tu veux pas”, de Brigitte Bardot ecoou no salão do Copacabana Palace, e a inspiração no balneário carioca Búzios ficou mais que explícita.

Caftãns, pantalonas de linho, calças palazzo , jeans com a lavagem clara e camisas de seda não metem: o desfile é cara do alto-mar e do pós-praia. No vestido de crochet com o maiô, feito pela namorada do estilista, Ana Gequelin, começa uma ótima série de trabalhos artesanais que hoje são tendência, mas no passado era fruto de preconceito na moda brasileira. A série final de longos já é marca registrada do estilista e reforça ainda mais seu sucesso no exterior.

As cores turquesa, vermelho, azul e verde se mesclavam e rendiam ótimas misturas em meio a tecidos fluidos e alfaiataria. Até na pequena série masculina, com bermudas jeans e blazers coloridos. Para contrabalançar, a beleza assinada por Max Weber era básica: pele bem acabada, cabelo no melhor estilo “princesinha” com uma pequena trança e muito iluminador.

Beija-flores e florais são bordados na série de jeans reciclado do estilista, feitos pelo ilustrador da Vanity Fair Michael Roberts. Combinação certeira que concretizou ainda mais o viés internacional de Miele.

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“O grande ‘Olé’” – Patricia Vieira

A Espanha foi ponto de partida do desfile de verão 2012 da Patricia Vieira realizado no Copacabana Palace. O couro, tecido presente em todas as coleções e está dentro do DNA da marca e acompanhou essa viagem: rendas e franjas de todos os tamanhos foram recortadas a laser. A latinidade está escancarada, mas não está literal.

As formas acompanham o corpo da mulher, mas não são nem um pouco vulgares, mesmo com bustiês e transparências. É uma efusão de babados, alusão a dança flamenca, e de rendas de couro. Que inclusive conquistaram Bianca Brandolini, que estava usando na platéia uma mini saia com rendas e não escondeu sua admiração em falar que estava vestindo tudo da Patrícia Vieira.

Os xales eram um detalhe a parte: o artista gaúcho Glauber Filter criou rosas vermelhas em cima dos finos panos. Era o “olé!” que faltava para completar os pequenos detalhes dos looks. A estampa floral com paetês translúcidos foi um suspiro à parte: o efeito glamuoroso era imediato e efetivo.

Discreta, a beleza veio apenas com um batom aberto vermelho, alguns coques e cabelos soltos, presos com grandes flores: acessório que literalmente, faz a cabeça das espanholas.

A ajuda da sua irmã, Andrea Dellal, que agora ocupa o cargo de direção criativa só ajudou: foi um trabalho coletivo que marcou a boa fase da marca, permeados entre inovações (como a mistura de fios de couro e ráfia de seda) e trabalhos artesanais.

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