Enquanto as neves não voltam e os ventos deram uma pausa, vamos maratoneando pelos desfile do inverno 2010/11, em Paris. Engraçado, tenho reparado que viajo 11 horas para ver a moda francesa, e o que mais tem é estilista coreano, japones, indiano. Já tivemos a fase dos ingleses, dos americanos, dos italianos, agora são os asiáticos que mandam.

Mas gostei do Marco Zanini, novo cara da Rochas. Tirou o jeito envelhecido ou conceitual demais que tinha nos últimos desfiles que vi da marca, e ganhou um ar 1960, mas jovial. Lembrou um Dior de dois anos, com os cabelos desfiados  vestidos evasês. Com um shape mais seco, formas estruturadas, bem mais usável. Calças de couro preto, túnicas de brocados dourados, vestidos sem mangas em vermelho, castanho ou rosados. Sapatos de salto quadrado, brilhantes. A sala, em um banco falido na Place Vendôme, onde foi o Dries van Noten em outubro passado.

Aliás, o Dries continuou também brilhante, fez uma adesão ao estilo militar, combinado com vestidos elegantes, de cintura marcada. Tem mangas com divisas, tons de farda, ao mesmo tempo que mostrou que as oncinhas continuam em moda. O local? Chic, o Hotel de Ville, vulgo a Prefeitura de Paris

E o Giles Deacon, com uma versào dos cabeções da Louis Vuitton em outubro. Mas com modelos bem mais simples, apesar dos vários truques de recortes e cortes revelando outras cores e texturas por baixo.

Este dia abriu com muito cinza, bege, castanho, alguns rosados e amarelos. Preto, bem menos. O que estranho, por ser inverno. Acho que já encheu, os criadores tentam motivar o consumo, modificando as cores.

Nas ruas, muito jeans, com botas de cano longo por cima, de novo. Jeans estreitos, nada de boyfriend. Cardigãs, ainda demoram, mas chegam, com cintinhos por cima. O frio pede casacos mais pesados ou mais quentes, como os acolchoados de nylon, com capuz debruado de pele.

Intervalo / nada de empolgante na moda, à noite, fui ver a estréia do espetáculo do Theatre du Soleil (não confundir com o Cirque, por favor). Uma saga para chegar, outra saga para sair, ms vale pela beleza, pelo elenco, pelo visual, figurinos, iluminação e até pelos pratos servidos antes da peça. É o Fol Espoir, da Arianne Mnouchkine, no teatro da Cartoucherie. Ingressos a 25 euros, duração de tres horas e 45 minutos / tudo sobe de preço em Paris. Até o ônibus da Air France, que vem do aeroporto, passou de 15 para 16,50 euros / hoje fez seis graus, há promessas de 8 negativos no sábado, com neve.