15h / Museu Rodin

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Pela segunda vez, Bill Gayten, funcionário dos ateliês da Dior, faz um trabalho muito bom. Figuras elegantes, sem serem envelhecidas, vestiram as saias retas, sedosas, pouco abaixo dos joelhos, com saltos altos grossos, feitio bailarina e as blusas e casacos com cintos pretos. Bastante preto, alguns cinzas, e muito rosado, aquele rosa-seco lindo e chique. É isso: chique, sem sensualidade barata, aquela roupa de executiva poderosa, que anda com sua carteira recheada de iPads e tablets. A coleção reforça alguns pontos importantes desta semana: a calça comprida, lisa e estreita volta ser moda. O couro, fino como tecido, interfere em modelos de casacos e vestidos.

O pied-de-poule tradicional nas lãs tramadas da Dior, marca registrada usada até nas embalagens de perfumes clássicos, ganhou versão desmontada, onde os desenhos que lembram pés-de-galinha se soltam da estrutura e ficam avulsos, desgarrados pelas saias e carteiras, podendo ser bordados ou não.

Dior berinjela

O rosa, quase bege, quase blush é a atração da proposta de inverno. Colore as saias plissadas, casacos, blusas com colares de três pingentes em forma de gotas, as saias com listras desiguais na barra, alternando com transparências. Um conjunto bonito, feminino, sem extravagâncias.

15h15

Intervalo / e a gente pensa: Christian Dior era um visionário, ousadíssimo para época. Uma época em que havia poucos costureiros/estilistas. Ele sacou o processo de licenças, de royalties, inventou formas que rendiam muita notícia na imprensa. Se fosse ativo hoje, faria o que fez Galliano, ousando muito, muito, em shows alucinados? Ou manteria a mulher elegante e feminina, musa do luxo e do poder? Que dúvida / os cabelos grudados na cabeça, tinham apliques de rabos-de-cavalo longos, finos e lisos. Resultado: um show de orelhas-de-abano. Tem que assumir, né? Se as modelos saem se abanando, vamos nós também exibir nossos Dumbos / sem noção: gente que passa o desfile comentando o que vê, sem parar. Nem adianta o acompanhante fingir que não é com ele, que ela continua, falando um inglês tão tosco que prende a atenção de quem está por perto