Gosto de assistir aos desfiles, curto o lado espetáculo da coleção. Fora isso, reconheço que há um certo privilégio em ser chamado para um re-see, que é como dizem a visita ao showroom para ver a coleção em detalhes impossíveis de serem tocados, revirados, analisados de pertinho.

Coincidência ou não, desde que comentei que o Raf Simons não sabia fazer Dior, nunca mais fui convidada para o desfile. Fazer o que, né? Desta vez fui convidada para o re-see na Avenue Montaigne, com a Priscila Monteiro como guia.

Relógio da linha Especial, modelo Cancan, com peninhas no mostrador com a massa oscilante na frente e brilhantes em volta

O que ela mostrou: a bela coleção de relógios, o Caleidoscópio, o Cancan, automático, com peninhas no mostrador, o Ondine, todos com brilhantes, nenhum ainda à venda no Brasil. Talvez por encomenda, desde que se saiba que os preços podem chegar aos 49.500 euros. Na loja de São Paulo vai chegar a linha criada por Victoire de Castellane – são lindinhos, de mostrador pequeno, com pulseiras de malha de aço inox ou verniz colorido.

A mesma designer assina a linha de joias inspirada na rosa dos ventos. É uma série de aneis, brincos e pulseiras pensada para as jovens, para o dia a dia. Todas as joias têm a pedra ou a placa giratória, de um lado, a rosa dos ventos, do outro, um pavê de diamantes.

 

 Alças mais curtas e o modelo Flight Bag, para as viajantes

As bolsas trazem novidades: alças mais curtas, mesmo quando são a tiracolo ficam na altura das antigas baguettes da Fendi. Outro modelo interessante é a Dior Flight, a bolsa para quem viaja muito, toda dobravel, cheia de compartimentos. Os óculos também inovam: as lentes têm estampas de folhas! E não atrapalham a visão!

Lentes com estampas, novidades na linha de óculos. Estes chegam em breve às óticas brasileiras

Nos sapatos, os bicolores, como se fossem um modelo oxford com aberturas e um tenis…um tenis completamente coberto de pins brilhantes e coloridos. Segundo Priscila, estes pins ou badges são heranças do Raf Simons, que adora este tipo de enfeite. Prefiro não comentar.

 Abotinados bicolores, com saltos altos ou baixos, aberturas laterais

O tênis cheio de aplicações com insígnias da Dior 

Entre convidados portando taças de bebidas e se deliciando com as madeleines, chegamos à sala da moda. Vários looks agrupados, cercados por acessórios, demonstravam o acerto da coleção criada pelo estudio da própria Dior. Lapelas largas, misturas de veludo e seda em blusas, vestidos com assimetria chic, definida por entalhes de tecidos estampados com figuras de araras, casacos de lã carapinha, ou em algodão resinado preto. E um terceiro, com estampa de leopardo. Este homenageia Mitza Bricard, musa do Dior, espécie de stylist daquela época, que adorava estampas e curtia umas oncinhas e leopardos.

Grandes casacos para um inverno de verdade. Nesta semana choveu, fez sol e nevou em Paris – tudo em um dia só 

Linda blusa que demonstra a maestria da equipe de criação, com seda estampada com araras integrada em um ombro e uma lateral, o resto do corpo com bordados coloridos 

E esta veste, não é o jeito das brasileiras? Justinha, certinha, com fecho e padrão leopardo. Nome na lista, já 

Enfim, ver de perto confirmou a beleza da coleção Dior para o inverno 2016/17. A partir de agosto chegam algumas peças para as adeptas brasileiras. Vale a pena esperar.