kza final

Foto Iesa Rodrigues

Claudio Silveira organiza o evento Dragão Fashion Brasil há 13 edições. O local, Fortaleza. A estação, nem inverno, nem verão já que é uma ação anual. Com estes dados, teria tudo para sucumbir a uma semana de varejo, com patrocínio de algum shopping poderoso em busca de status fashion.

Mas não aconteceu isto. Depois de algumas experiências com a realização no lindo Centro Cultural Dragão do Mar (daí o nome do evento), onde uma chuvarada quase arrasou tudo, uma mudança para o Beach Park, longe quase 20 km de Fortaleza, o Dragão encontrou seu abrigo no Centro de Convenções da cidade.

Os patrocínios também se adequaram, instituições como o Senac, o Sebrae e a Coelce (fornecedora de energia para o Ceará), a revista Elle, leis como a Rouanet, dão a isenção necessária a trabalhos de estilo e criatividade.

Assim, enquanto no Sul Maravilha se discute a localização dos desfiles, se deve ser tudo concentrado em uma cidade apenas, quem patrocina quem, os cabras da peste (como definiu o próprio Cláudio, na coletiva informal) estão sempre se reinventando, procurando caminhos de resistência. Tenta fazer um salão de negócios – não deu certo, troca para lounges corporativos. Tenta trazer marcas comerciais – não deu certo, investe em nomes novos. “Estamos sempre nos reinventando. Evento não é vento. Se tenho uma pessoa ou empresa que não acredita, tenho 10 que acreditam. Isto se chama credibilidade. Nosso foco sempre foi cultural, porque finalmente a moda começa a se considerada cultura!”.

Além dos desfiles – evento de moda sem desfiles não atrai imprensa a mais de uma hora de vôo – há uma espécie de reality show de criatividade dirigido por Jum Nakao, palestras abrangentes sobre moda e negócios e workshops com estilistas.

O Dragão resiste e luta com armas próprias à crescente desindustrialização do setor têxtil. “Nós temos um DNA de moda, somos o terceiro ou quarto pólo do país. Tenho 50 anos, dois filhos, quero realizar estes sonhos inusitados, de divulgar o Nordeste, valorizar a indústria criativa e resistir contra este tsunami que vem aí”, arrematou o organizador, se referindo à produção que vem da China.

Pessoalmente, nesta edição Claudio se empenhou na coleção da Kza do Dragão, onde as peças valorizam o trabalho artesanal de artesãs cearenses. Na foto, o final do desfile de segunda-feira. Comentários em outro post.

Intervalo / o vôo da TAM contou com a perícia do comandante Roger para escapar dos ventos turbulentos, mas os tráfegos aéreos em Campinas e no Rio atrasaram a chegada em quase duas horas / e o que é o novo café da manhã da TAM, em parceria com a Nestlé? Um microsanduíche, um iogurte de maçã e banana, um potinho de salada de frutas. O café com leite cheio de açucar, para completar. Nem pedi suco de laranja, fiquei achando que ia virar uma fruta / nota-se em Fortaleza uma evolução nos shoppings, nas lojas, na iniciativa privada, enfim. Como sempre, no que depende de governo, as coisas deixam a desejar. No aeroporto, por exemplo. O banheiro feminino do setor de receber as bagagens tem só três toaletes, com aquele horrível assento acolchoado. E a cidade recebe vôos internacionais…ok, em Paris há banheiros com apenas 2 toaletes, mas Paris é hors concours em tudo. Basta ver  maioria dos hotéis, no famoso padrão parisiense – alguns nem elevador têm. Mas como eles mesmo definem, ” ça c’ est Paris…” e quem não gostar, que se mande. Neste caso, melhor seguir o exemplo dos americanos, holandeses e alemães, pelo menos em matéria de banheiros públicos