Faltava um estilo rebuscado, alucinado, indefiní­vel como conceitual ou comercial, na fronteira entre figurino e fantasia. É o lugar do Kalil, que vi pela primeira vez enquanto todos os colegas de imprensa já sabiam deste talento exageradamente produzido e elaborado. Sua coleção Sonhos é uma obra repleta de camadas em forma de flores, folhas, pétalas, borboletas, recortes a laser, pregas no cós e lapelas pespontadas. Nada tem uma cor só, há sempre um efeito changeant, marmorizado, metalizado. As transparências são focadas no uso real, já que são encobertas por tules e tecidos em tom de pele, eventualmente com bordados por cima, verdadeiras tatuagens de brilho.

E a técnica de costura. Também está presente no show com música operí­stica, cansativa para o último horário da agenda. A base dos sonhos do Kalil é o corpete, o corselet, que segura as saias e vestidos carregados de detalhes.

Pronto: chegou mais um integrante do time que inclui Lino, André, Ronaldo, Virzi.

Intervalo / braceletes dourados da Rommanel completaram os looks do Kalil. Os sapatos nem sempre corresponderam ao trabalho dos vestidos. A coleção merecia modelos desenvolvidos com exclusividade / bonitas, as cabeças