A apresentação começou homenageando João Sobarr, que faleceu há um ano e tinha o perfil irreverente e inovador seguido por Lindebergue nesta edição. Homens de leotard de renda verde-neon, mulheres com drapeados volumosos, contornados por flores de pano, saias e longos com babadões enviesados. O jeans double face, forrado de estampa florida ou nas ótimas jaquetas com franjas de canutilhos realçando o tom dos jeans. E um final de teares e crochês incríveis, dignos de figurar nas vitrines de grandes museus de moda.
Mas tudo isto, sem pretensões a tendências impositivas ou seriedades dispensáveis. O grupo Travestidas, com camisetòes com dizeres típicos das beldades de barba e peruca, quebrou a rotina das modelos esguias e compenetradas. Divertido, o Lindebergue. O Sobarr deve ter amado a homenagem

E mais / enfim, um momento mais conceitual na semana do Dragão. O que são os modelos de tear em dezenas de cores, fios e materias? De pendurar na parede, lembram do movimento Wearable Art dos anos 1970? / muito elogiado o hamburguer dos food trucks. Estou tentando achar um intervalo para provar os churros / Paulo Feitosa e Claudio Silveira falaram sobre o projeto Mano a Mano. Será um intercâmbio de designers, instituições de graduação e eventos da América Latina, provavelmente valendo já para o próximo Dragão de 2016. Uma das ações inclui bancar um estilista por 30 dias em outro país, para criar coleção. Bacana, amplia o alcance do DFB. Que, como diz Claudio Silveira, “vai ser o evento mais completo da Amèrica Latina, comprometido com a autêntica moda autoral”.

 

Ines Rozario