Nos primeiros desfiles que vi do Elie, a platéia era quase inteira de milionárias libanesas, prestigiando um favorito. Confesso que esqueci quanto tempo faz, mas ele é um caso típico do século 21, quando aumentou o número de estilistas estrangeiros, vindos do Líbano, da Turquia e do Leste Europeu, em Paris. Nos anos seguintes, nem sempre pude assistir, porque coincidia com algum outro, o convite não chegava ou eu já tinha voltado ao Brasil.

Fotos Ines Rozario

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Fiquei feliz de ver como Saab evoluiu, está mais integrado no jeito parisiense de fazer moda. Sem perder o glamour típico de Beirute, onde ele é baseado. Vestidos longos, sinuosos e insinuantes, curtos na altura dos joelhos, ostentaram a cartela de cores mais forte da semana. Ocre, azul-lápis lázuli, verde-esmeralda, sem estampas, com drapeados, recortes, entalhes de renda  e paetês foscos misturados aos brilhantes, foi uma moda francamente bonita, enfatizada pela beleza, a cargo do stylist Orlando Pita, de Nova York e Tom Pecheux na maquiagem. Foi um belo final da semana de Paris.

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Antes do Elie, vi a Arzu Kaprol, que não conhecia, no convento das Cordeliers, em St. Germain. Desfilou pela segunda vez em Paris, com uma categoria…Vestidos colantes, em tons Nude, com misturas de organzas, mangas longas cortadas em tirinhas, algo mais conceitual, com ombros pontudos e anquinhas nos traseiros. Tecidos transparentes ou com acabamento perolado. Estampa em preto e cinza, para vestidos curtos tomara-que-caia com babados enviesados nas laterais. Gisele, Meg Ryan e Angela Lindvall vestem Kaprol; a Harrods compra dela. Gostei. As fotos estão estouradas, minha câmera Lumix brigou com a luz do Thierry Dreyfus, craque do light design. Em todo caso, dá para ver o tamanico da sala, a altura dos saltos das sandálias, o brilho dos metalizados. O único fotógrafo amigo que estava lá, era o Marcelo,da agência Fotosite, mas saí correndo e esqueci de pedir umas fotinhas.

Intervalo / último dia, sempre passa muito rápido / e sempre diferente, desde 1981, quando comecei a vir para Paris. Nunca tinha passado dias tão quentes e céus tão azuis por aqui. Desde ontem, começou a dar uma esfriadinha, as árvores estão se desfolhando tanto, que chega a fazer barulho, ploft, ploft, caem as folhas amareladas / fala sério, último dia, em menos de duas horas saí tres vezes do hotel, peguei a linha 14, fiz conexão, vi desfile, voltei para o hotel. Só agora a internet do hotel regularizou. Esta também foi inédita, nunca tive tantos rolos para enviar os textos. Virei uma caçadora de wifis que funcionassem, peguei carona em lobbys de hotéis de 50 estrelas / É tanta troca de sala e de lugares, que hoje comecei a trocar as rotas do metrô, queria ir para um lado, subia pela escada errada. Enfim, há sempre um saqunho de batatas fritas à l’ancienne para alegrar enquanto se escreve ou se batalha com a internet / ao mesmo tempo, preparo especial  Dia das Crianças para o JB e recebo notícias da semana de Madri. O mundo não pára