Casaco tipo poncho em cinza e branco sobre macacão preto, da Lucidez. Na varanda do Pier, o Museu do Amanhã ao fundo 

Cansei de ouvir que o Rio tem que resgatar, tem que voltar ao circuito, etc. Se não temos eventos de moda por aqui, todos os anos, lançando inverno e verão, no mínimo, há motivos vários – falta de apoio oficial, negligência política, rasteiras, trapalhadas e até desânimo. O que interessa é que saiu o Fashion Business Rio, em um lugar lindo, com bom ar condicionado, comidinhas deliciosas (mas que acabam rápido: o sanduíche de queijo derretido e presunto royal já era uma lenda, quando corri até lá, para provar no Furgoneta) e o mais importante: coleções como há muito não via reunidas tão atraentes. Sabem, aquelas que dão vontade de ter, ali, na hora? Pois é, não sei se é porque as cores estão caindo para os pretos e cinzas, se os tricôs parecem macios como cashmere, mas são levinhos; se o jeans virou chic, com botões preciosos. Tudo o que gosto, está lá. E se não faz meu gênero, vejo uso para muita gente.

Fotos Ines Rozario

Três estilos em cinzas ou em preto e branco: no duas peças em jacquard da Afghan; vestido estampa quadriculado irregular com jaqueta de laminado, da Mary Zaide; tricô listrado e saia viés da Cavendish 

Silvio Chadad aconselhou lojistas a se aproximarem dos clientes. “O cliente quer se sentir ouvido”, e afirmou que é preciso vender rápido, sem reposição

Hoje pesquisei metade do salão, onde estão as marcas consagradas. Assisti à palestra do Silvio Chadad, sempre uma aula de otimismo para quem pena com  a crise do consumo. Amanhã faço a ronda na outra metade, vendo as ideias do André Camacho na Iara, os óculos da Zerezes e às 18 horas estarei a postos para assistir ao desfile, na Praça Mauá – já está linda, imaginem quando o VLT passar zumbindo por ali. Vai ser o moderno, do Museu do Amanhã e o trenzinho e o antigo, dos sobrados em frente. Mais um cartão postal para a cidade.

O painel mais bonito do FBR, da coleção Tempo 4, inspirada no Expresso Oriente. O tailleur moderninho é em tweed de algodão

Mara Mac acertou no look que lembra o ano olímpico, em preto e branco

Calça preta, tricô branco e alfaiataria camelo, look impecável da Shoulder

O estilo Art Deco da Ton Âge e os ombros bordados em conceito medieval, na coleção do Victor Dzenk

Nos complementos, o mocassim de salto quebrado, da Mara Mac e os colares de bolas douradas e prateadas da Rosana Bernardes

O foodtruck NHAC, que já circula pelas ruas da cidade, como os similares novaiorquinos. Só que este é muito mais bonitinho! E tem sanduíches italianos por R$ 15, assinados pelo Castro Filho

O Fashion Business Rio vai até dia 29, quinta-feira no Armazém 2 do Pier Mauá. A entrada é pelo prédio onde funcionava o Touring e atualmente é o desembarque dos cruzeiros. A melhor maneira de chegar lá é pela Avenida Venezuela e entrar na rua sem saída, na lateral do Museu do Mar. De taxi, porque vaga por ali é raridade. Dali, anda-se por cima dos trilhos do VLT até a entrada do Pier. Um carrinho de golfe leva os visitantes até o evento.

E mais / Bel Lobo fez a curadoria da expo de fotos na praça. Autores: Anna Kahn, Camila Marchon, Eduardo Monteiro, Luiza Baldan e Rafael Adurjan / Desfilam na tarde de quarta-feira: Benta Studio, Cabron, Haight, Handred e Helena Pontes / palestras de quarta-feira: Eloysa Simão fala sobre Meta às 11 h; Ricardo Guinâncio conta como o varejo pode superar a crise, às 14h30; Olivia Merquior fala sobre o Re-start e Luciana Fróes, Andrea Henriques, Samantha Caldato e Conrado Squadritto comentam sobre as novas leituras de comida às 19h