Esta linha do Alexandre Herchcovitch sempre encanta. Pela dinâmica da coleção, toda amarradinha em um tema ou uma material; pela empatia do consumo com o jeans. Desta vez, ainda por cima, o jeans da Canatiba, quase todo em azul acinzentado ou no deep blue, fininho a ponto de permitir a montagem de muitas peças em pregas costuradas no alto, soltas a partir da cintura. Mas não é só isso, senhoras e senhores: o tal jeans, feito com fio Emana, da Rhodia, ajuda a acabar com a celulite! Nem vou falar do processo, que ele atua na circulação, vascularização, etc – o que importa é a promessa de vestir e se sentir próxima das esguias modelos que passaram entre as fileiras de cadeiras (cadeiras, viva! Raridade nas semanas de moda atuais) no pilotis do MAM.
Além deste detalhe, há segunda-pele em tons de marrom e bege (femininas e masculinas), quadriculados em cinza e preto em camisões e camisetões masculinos usados com leggings. E um incrível skate metalizado, digno da tendência de guerreiros medievais anunciada no texto do release. Outro acessório que poderia se encaixar é o óculos de esqui – aliás, o look de capa e estes óculos merece a atenção dos Black Blocs, rsrsrs.
A etapa final já perde muito, em comparação com a parte de jeans. Se enquadra na febre das Índias que ronda a semana, pelos conjuntos em laranjas, rosas, lilases, de saias longas e duplas de camisetas, com cintos rústicos de couro. Sei, sei, a história era medieval, mas o visual lembrou a Índia.
E mais: gente, não teve uniboot no desfile! / belas bolsas em couros envelhecidos, sacos, pastinhas e sacolas retangulares com a caveirinha típica / confirmações para o inverno 2014: preto, cinza, hoodies, cintos. Índia sutil / há uma diferença primária entre estilos de São Paulo e do Rio. A roupa de São Paulo é mais estruturada, mais dura; a do Rio é mais solta, mais volumosa. Por todos os lados, as propostas coincidem (preto, prata, ouro, hoodies, etc), com exceção dos comprimentos, mais curtos vindos de SP.
Fotos:Ines Rozario