Fortaleza – Sempre digo que todo evento vale a pena o deslocamento, se tiver pelo menos uma grande novidade. Mesmo que esta Fenim NE fosse um fracasso (que não foi), teria valido as três horas de vôo e a interrupção de um fechamento de revista (porque a internet do hotel, para variar, não funcionava), por algumas descobertas importantes:

A primeira, o próprio CEC, Centro de Eventos do Ceará, um daqueles empreendimentos inaugurados em meio a polêmicas políticas, se não me engano. Mas é como a Cidade das Artes, no Rio: um belo projeto, e já que está pronto, vamos reconhecer que é eficiente, versátil e enoooorme. Não conheço nenhum centro de convenções maior no mundo.

Cândido, da CCF, um dos mestres brasileiros na moda em couro

Depois, o Cândido Couto Filho, um mestre na moda de couro, uma fonte de ideias incessantes, que trabalha desde 1982, produziu para Maria Bonita, exportou tecnologia detratamento de couro para a América Central, faz doutorado em História e tem programa de rádio às cinco da manhã de domingo, na rádio Dragão do Mar. Fora que é impagável, chama todos de ” abestados” – também fui agraciada com isto. Basta chegar perto  e tocar a jaqueta de couro macio, double-face, com bolsos internos e externos e que mesmo assim, pode ser dobrada e enrolada para caber em uma mão. Querem sofisticação? Mais ainda? As maletas para seis garrafas de vinho, que tal? Podem ser jogadas, cair, virar, que as garrafas não quebram. Descobri que o Brasil tem grandes criadores em couro: a carioca Patricia Viera, a mineira Patricia Motta, a gaúcha Liziane Richter e o cearense Cândido Couto Filho.

A maleta de vinhos, que protege as garrafas

Outra boa surpresa, esta vinda de Itajaí, Santa Catarina: a Fishermen, focada no masculino, com apenas dois anos de mercado. Uma variedade de camisas polo em malhas e no piquê de algodão (como as da Lacoste, que custam R$ 89 de custo, enquanto que as catarinenses custam R4 39), em listras, com detalhes de alta qualidade, como os logos bordados na base da gola, em lugar da etiqueta interna, há o nome bordado e forrado. Mas tanta qualidade tem um porém: os modelos são criados aqui, e produzidos fora do Brasil. Por que? Quem conversou comigo explicou – simplesmente, porque um cortezinho lateral em uma polo custa R$ 1,80 por peça, no Brasil. Não tem como competir com os preços de outros países. Para a Fishermen, a Fenim NE abriu mercados em Roraima, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte.

A Fishermen, de Santa Catarina, montou um dos melhores espaços na feira

No Rio, estas polos se encontram na D´Artigny, Adamo, Luigi.