Não foi bem isso, mas me lembrou a Alice, o jardim florido da passarela, os insetos como jóias e as estampas delicadas da Renata Salles e da Marcela Calmon. Além das formas que elas definem como carapaças, estruturadas e rígidas, há vestidos com pregueados laterais, decotes em losango nas costas e saias franzidas, ultrafemininas. Para não ficar dejavu, sapatos pesados, tiopo oxford anabela, do Jorge Bischoff, dão o contraste com a leveza dos tecidos. Há alguns desníveis na apresentação, que podia ser mais didática, com o lote de azuis juntos, os mais conceituais à frente dos mais calmos. Bem, são coisas de camarim, há sempre uma modelo que precisa ir na frente, no lugar de outra que se atrasou, estes acasos. Mas poderia ser reduzido o número de modelos aramados e estruturados, em prol dos lindões mais fluidos, pregueados.
Intervalo / as jóias eram Julia Monteiro de Carvalho, grife a Julia Giudice, o que garantiu uma fila A elegante, com nomes da família colunável da cidade / está um dia lindo no Pier Mauá, e a noite deve continuar bonita. Jamais diria que o mérito do Fashion Rio é o lugar ou a cidade. Um evento é feito de coleções, nunca de modelos, climas, atrasos, celebridades. Estranhamente, o ambiente é frio, não pelo ar condicionado, mas falta calor na platéia. Daí que acho que uma Auslander esquenta uma semana, com a euforia dos convidados.
