No início dos anos 1980, como editora de moda da sucursal Rio da editora Abril fui incumbida de fazer uma reportagem ou apenas conhecer o Grupo Mineiro de Moda, em Belo Horizonte. Em princípio, de acordo com o combinado com o diretor da sucursal, Edgard Catoira, ficaria uns dois dias apenas. Qual! Foi um tour de uma semana, circulando pelos show-rooms e fábricas das 10 marcas que se uniram para formar o Grupo: Eliana Queiroz (que virou amiga querida), Patachou (dos tricôs lindos), Renato Loureiro (um dos designers mais criativos da moda brasileira), Mabel Magalhães, Allegra, Art Man (moda masculina original), Barbara Bela, Comédia, Frizon, Sonia Pinto. Todos grandes nomes da moda nacional.

Integrantes do Grupo, no Cine Usina, quando da celebração dos 10 anos

Desfile no Palácio das Artes, nos anos 1980

As coleções continuaram rendendo editoriais, coberturas de desfiles, entrevistas.

Agora, é com orgulho que recebo as notícias da celebração dos 35 anos do Grupo Mineiro de Moda. A partir de terça-feira estará aberta a exposição Grupo MIneiro de Moda#Na vanguarda dos anos 80, no Centro de Referência da Moda, em Belo Horizonte.

Renato Loureiro, curador da mostra, no final de um de seus desfiles nos anos 1990

Renato Loureiro foi o curador que editou as fotos, vídeos de desfiles, acessórios e 36 looks de acervo. O projeto do arquiteto Pedro Lázaro e a produção executiva da Supernova Promoção e Marketing dividem a expo em três salas que mostram a atividade do Grupo durante pelo menos duas décadas.

Grupo Mineiro de Moda # Na Vanguarda dos Anos 80

 

Onde: Centro de Referência da Moda : Rua da Bahia, 1149 – Centro (Belo Horizonte)

Quando: de 31 de agosto a 20 dezembro,  de terça-feira à sexta – das 9h às 21h; sábado e domingo – De 10h às 14h

Quanto: entrada gratuita

E mais: confesso que não lembro características de todas as marcas que conheci nos primórdios dos anos 1980. Mas é um acerto a escolha do Renato Loureiro como curador, ele sempre foi um visionário. Foi o primeiro a unir alfaiataria e tradições artesanais nas coleções, com resultados incríveis. Podia produzir quase que um tweed feito de fios tramados artesanalmente, fazer peças com fitas, misturar tricôs com tecidos. Uma beleza de trabalho / esta turma revelou o talento de Minas para a moda, muito além das prendas de rendas e bordados, tipo trabalhos manuais. Um talento que reverbera o sucesso, em nomes como Patricia Bonaldi, Mary Design, Patricia Motta, Rogério Lima, Coven, Faven, Vivaz, Fabiano Milazzo, Victor Dzenk e tantas marcas que herdaram o prestígio daqueles 10 pioneiros.