Até a nora, a querida Adriane Galisteu, deverá vir para festa de inauguração da loja no Rio Design Barra, no dia 14 de março. Valdemar Iódice pretende fazer desta primeira, o teste para invadir de vez o mercado carioca.

Pode ser que o nome ou a grife soem distantes para quem está fora do circuito da moda nacional. Mas Valdemar é um dos empresários que mais vendem no país. Depois de dois anos apresentando coleções em Nova York – alugava um espaço, vestia umas 30 bonecas-manequins e exibia suas propostas, que acabavam nas vitrines da Neiman Marcus (a luxuosa rede com matriz no Texas) e da Saks. “Até que bateu a crise por lá, meu representante decidiu abrir um negócio próprio, e resolvi investir no mercado nacional. Estou abrindo a loja no Rio Design Barra, já tenho quatro em São Paulo, mais uma em Belém, outra em Fortaleza, Aracaju, Salvador. Depois, abrem as do Sul – Porto Alegre, Curitiba, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Maringá, Londrina. E os planos incluem Brasília, Belo Horizonte e Vitória, para fechar as grandes cidades”.

 

Isto tudo, sem deixar de lado o atacado, reformando a loja da Oscar Freire e preparando o desfile de verão, que será no Fashion Rio, no dia 16 de abril, às 20h30, lugar ainda não definido. Esta é uma das marcas de maior sucesso comercial no Brasil. Qual seria o segredo do Valdemar? Na verdade, são muitos e diferentes os segredos dele:

Casaco com mangas de pele fake, top e saia cremosos

1. Ele é virginiano, acompanha tudo de perto. “Um dos segredos do sucesso é olhar o que está sendo feito”

2. Já não desenha mais os modelos, mas continua com o tino de escolher os materiais, compra os tecidos de qualidade na Prémiere Vision

3. Curte a família. O neto Vitório, de dois anos e meio, dorme na casa do avô todas as terças-feiras, pra dar uma folga para os pais Alexandre e Adriane Galisteu. No dia 10 de maio nasce o Bernardo, de outro filho.

4. No circuito internacional, admira Karl Lagerfeld. “Porque ele sabe o que quer. Faz Chanel e a própria marca, sempre com matérias-primas legais. Não inventa fora do comercial e do DNA das marcas, apresenta em grandes desfiles”

5. Faz musculação de manhã, anda por São Paulo aos domingos. Em geral, de bike, com um grupo de 80 a 100 pessoas, a partir das 9h30. “Vou fazer a Via Claudia Augusta, na Alemanha, de bike. São 400 km em cinco dias!’

6. Um fator primordial, o preço. Um vestido Iódice custa em torno dos R$ 500 a R$ 600. “Não dá para ter um produto fora da realidade do mercado. Tem que ter qualidade, preço, marketing”. Mas se for um modelo da linha noite Valdemar Iódice, o preço chega aos R$ 3 mil.

No pocket show no Marina All Suites, o top de mangas arredondadas com estampa de leão estilizado e calça de couro e tela de algodão; vestido de couro com entalhes de renda e o melhor look, a blusa de seda, saia de jérsei com blazer de lã

7. O sucesso vem também do trabalho. Há 25 anos na moda (“bom, é um pouquinho mais, mas vamos ficar nos 25”, comenta, rindo), Valdemar sabe tudo da sua grife, descreve os vestidos que desfilam em Marianna di Britto, Daniela Poublan e Nicole Lobo (modelos da 40 Graus Models), decide tudo. Viaja para a Turquia, e a viagem vira a coleção de inverno, que está na filial do Rio Design Barra. Vem para um almoço de lançamento no Marina All Suites, no Leblon e volta para uma abertura festiva no dia 14 (a loja está aberta desde o dia sete, e a clientela comemora dizendo “até que enfim que a Iódice está aqui”)

8. Finalmente, uma razão definitiva pra as boas vendas. “Para mim, é um prazer fazer moda”.

 

 

A coleção de estreia na loja tem a Turquia como referência. Valdemar gostou de lá, ficou impressionado com a dança dos derviches, mas para a moda pegou um rumo rico, nada caricato. Transformou o leão, símbolo de lá, em estampa; lembrou do palácio Topkapi, dos berços de ouro (sim, eles existem! E são de Istambul.

Fotos Ines Rozario

 

Intervalo / Iódice desfila no Rio; Gloria Coelho e Reinaldo Lourenço, mais André Lima desistem de mostrar coleções em São Paulo. Algo acontece… / A Via Claudia Augusta é uma antiga estrada romana que corta a Alemanha, é percorrida por ciclistas adeptos destes estirões pedalantes /