Mais uma linda coleção do Bill Gayten, ex-assistente do Galliano. Uma mistura de uniformes militares de gala, com calças curtas de alças para prender nos pés e blusas com tiras caindo pelos punhos e vestidos de seda e rendas, em tons delicados, rosados e beges, com cordões de relógios nos pescoços.
Poderia ser algo masculino-feminino, um romance entre soldados e frágeis beldades. O caso é que muitos looks vinham com os dois conceitos, a farda usada com saias ou vestidos transparentes, rendados, trabalhados, plissadinhos, estes detalhes ultrafemininos. Sempre, com botas de lutador. Um vestidão longo, de saia rodada, todo montado em pregas horizontais, de seda preta, saiu um pouco do tema – continuou vitoriano, muito britânico.
A luz ambiente, no Lycée Carnot, favoreceu o clima romântico. A trilha, gaitas de foles e I feel love, deu o fundo para embalar a coleção. Gosto muito do trabalho do Gayten.

Fotos Marina Sprogis

E mais / sempre bom lembrar que a marca John Galliano pertence ao grupo LVMH (dono da Dior, Givenchy, Louis Vuitton, Au Bon Marché, Sephora, etc, além de bebidas como champanhes e conhaques), e não tem mais nada a ver com o próprio John Galliano / no final do desfile, como estava longe da boca de cena e não dava para ver o autor, perguntei a uma assessora de imprensa se era o Bill Gayten. Ela disse que sim, e ficamos as duas comemorando, “ele é muito bom! Também acho, ah, que ótimo, não é?” e outras exclamações / assessorias de imprensa nos desfiles de Paris têm a lista de convidados como extensões dos braços. Agarram aquele papel como se fosse um tesouro / Notei que a lista de papel voltou a predominar, o tablet saiu de moda. Será que é porque descarrega rápido, como o meu?