Corais e tentáculos viram joias na coleção de uma dupla de talento exótico. Marcella Virzi e Betina De Luca não seguem os caminhos clássicos da joalheria. A preocupação não parece ser a valorização dos materiais e das pedras – antes disto (claro que elas trabalham com ouros e outras preciosidades), há o estilo, uma história de formas e conceitos, muito mais interessantes do que valores para botar no cofre.
Neste ponto, Marcella Virzi é coerente com seu currículo. Quando fazia desfiles de moda, havia a preocupação primeira com o espetáculo – as lindas roupas eram emolduradas por cenários de jardins, espetáculos de dança ou de canto. Havia sempre uma performance cercando a moda.
Andrea Marques escolheu o colar de corais para ser fotografada no lançamento
Nesta coleção de joias, mais uma vez a quatro mãos, destacam-se as pulseiras iguais a tentáculos de polvos, os anéis de lagostinhas, os braceletes de madrepérola, irregulares como as pérolas naturais, sem a simetria das cultivadas. No lançamento, o set design foi de outro criador impecável, Ovidio Cavalleiro.
Betina De Luca e Marcella Virzi, a dupla Virzi De Luca
Corais e ouros se completam nesta coleção Tahiti da Virzi de Luca, uma grife que se enquadra no estilo das Elzas: Schiaparelli e Peretti. É o Figurativismo precioso. inspirado nos Mares do Sul, perfeito para os dias de luxo nos mares do Brasil.
E mais: outra vitrine atraente pelas formas é da Miriam Kimelblat, no Fashion Mall. Incrível o poder que Miriam tem de trabalhar em tons escuros, algo diferente do que se costuma esperar de um setor de brilhos e metais / temos um setor de design de joias muito especial no Brasil. Desde que Roberto Stern assumiu um lado de marketing e criação da H. Stern, que a Daslu abriu espaço para novas designers e Antonio Bernardo focou no design, nossa joalheria chama a atenção como Arte assinada, digna de museus.