Já vi de tudo, em matéria de Lino: coleçíµes brancas, pretas, orientais, plissadas, com segundas-peles de cobra, patchworks variados, e ele sempre surpreende. Nunca imaginei que Lino entrasse na onda dos lenços e moulages e fizesse algo tão especial. São gazes, organzas e tules, todos em seda, nervuradas e montadas com broches de cristais negros, sobre segundas-peles tatoo, franjas de xale e eventualmente com saias rodadas em camadas. As cores desmaiadas, degradês em amarelos e azuis, pêssego, cinzas. Ou entremeios de renda, como patchwork de antigos lenços de cambraia bordada, em camisas usadas como túnicas, sobre as saias. As cabeças com adereços de borracha metalizada, com flores caindo pelos rostos das belas. E dos belos? Eles continuam merecendo um estilo mais elaborado, fantasioso do Lino – calças de seda, coletes acolchoados, paletós com fechos nas costas. Desta vez, tem até um look todo preto, de camiseta, calça e camisa, raridade na ala masculina dele.
No final, o divertido: o modelo Andrej, depois de vestir cabisbaixo um terno e gravata preto, voltou todo satisfeito, de vestido cinza-prata, se equilibrando nos saltos altos e ficou horas em frente aos fotógrafos, fazendo aquelas poses hollywoodianas, típicas dos desfiles do Lino.
Bela trilha, uma música favorita do Lino Villaventura, a She´s a rainbow, dos Rolling Stones, em versão orquestral