DRAMA DE BAIXO RISCO

fotos Ines Rozario

Poucas cores, o mínimo para fazer objetivo o espetáculo: preto, branco e vermelho. Muita textura, para compensar. Tecidos brilhantes, transparentes, fluidos, em saias fortes, vestidos longos ou curtos, babados, uma certa exuberância de franjões até nas sandálias, estampas surrealistas de olhos, pop, de rostos e fofas, de boquinhas, assinadas por Tomaz Azulay. A Lix é do Paulo Zyngier, veterano fornecedor para grandes marcas da moda do Rio, que decidiu enfrentar as passarelas. Sem deixar de lado as vendas, já que a coleção é daquelas quero-tudo. Acho que vale deixar de comer uns docinhos e beber refrigerantes, para aderir aos vestidos de cinturas marcadas por cintinhos e cinturões, aos looks de contrastes de volumes – a parte de cima ampla é acompanhada por legging preta; a parte de cima justa na pele, vem com saião vermelho. O tipo de contraste que a moda pede agora, fácil de montar quando as peças são elaboradas, mas simples. Deu para entender? São as mágicas da moda. Em destaque, o vestido regata em camadas de tela e barras inacabadas em preto, vermelho e branco; os forrados de renda sobre tomara-que-caia e o vestido de gola grandona, com estampa de olhos e bocas

Intervalo / no segundo dia, metade das marcas no Senac Rio Fashion Business já havia batido as metas. E agora, haja produção! / Pena ter este intervalo de uma semana entre a semana do Rio e a de São Paulo, a gente perde o pique. Dizem que é por causa do feriado do dia 25, em Sampa. E nós temos feriado? Bobagem, adoro desfile no sábado, domingo / A chuva não dá trégua. Daqui do cais dá para ver a serra coberta de nuvens / A Uma resolveu uma historia com um empresário argentino: há cinco anos, ele havia copiado o logo e aberto várias lojas em Buenos Aires e adjacências. Processa daqui, processa de lá, o pirata portenho faliu, vendeu a marca para outro empresário, mais sensato. Com este, a Uma fez um acordo, abriu espaços para a produção deles, bem mais casual do que a brasileira e vamos em frente / Confesso que adorei. Sempre comentei que queria ver bandos de japoneses fotografando nossas vitrines na Visconde de Pirajá. E a Uma simplesmente foi completamente copiada! É a glória.