Louis Vuitton

Logo na entrada do Petit Palais, a novidade antecipa 2010: a maquete da Fundação de Criação de Louis Vuitton, projeto de Frank Gehry que será construído no Jardin d’ Acclimatation, no Bois de Boulogne. Gehry, responsável pelo Guggenheim Museum de Bilbao e o DZ Bank de Berlim, criou uma espécie de barco em madeira e vidro. O projeto tem a direção da dupla Bernard Arnault e Yves Carcelle. Pelo jeito, a LVMH pretende fazer pela arte em Paris, o mesmo que fez pela moda nos anos 90. Para quem não sabe ou não lembra, as Maisons estavam quase fechando, o prêt-à-porter perdia o brilho, e tudo melhorou quando a empresa de champanhes e conhaques começou a comprar e renovar as grandes marcas.

Na sala decorada por 16 lustres diferentes, já se preparava o clima Maria Antonieta. Na verdade, a coleção tem muita camisaria branca, muitas calças curtas cáquis, algumas parkas e similares, tudo tem sempre um franzidinho, um repuxado, um efeito que desmonta o conceito básico. Nas bolsas, a sensação foi a série feita em tirinhas de couro tramadas, em modelo retangular, igual às sacolas de feira.
Os sapatos têm salto vasado e plataforma, o dourado aparece nos acessórios. Um detalhe forte é a manga, em geral com corte presunto, fofa junto à cava.
Parece um safari romantizado, mas o jeito nobre e doce tem confirmação nos cabelos enfeitados por flores, na trilha com Flauta Mágica, de Mozart e nas estampinhas floridas, delicadinhas nas saias . Mais Maria Antonieta, nos corselets em degradês. Nuvens agitavam o fundo da passarela, em DVD turbulento.
Um hit: a camiseta com LOVE escrito em paetês.

Na platéia, mais uma vez a Janet Jackson, toda de preto, tomara-que-caia, parecia um macacão, e brincos de argola dourados. A stripper Ditta von Teese, sem o marido Marylin Manson. E no lugar mais nobre, ao lado de Bernard Arnault, a elegante Lee Radzwill, irmã de Jacqueline Kennedy.

O desfile Vuitton seria um final mais empolgante do que o escuro show da MiuMiu.