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Não precisava ser tãããão radical, tão amarfanhada, tão chinelinho de dedo, tão trança desfeita. Esta coleção, baseada em fotos de casinhas populares do Nordeste, tem peças interessantes, o conforto das calças largas, a beleza de alguns decotes contornados por peças de madeira. No desfile, no entanto, deixou sem fôlego o conjunto pobre, singelo, um visual que ameaçou a moda. Parece pretensioso dizer isso? Não sei, só sei que no link com o que uma cliente Maria Bonita quer, por mais cult que seja, acho que deveria haver outro enfoque no show. Do jeito que foi, comprometeu a beleza do que havia de muito bom, como as cores neutras, os listrados em cinzas, os tops prata e as regatas longas. Podia botar uma sandalinha rasteira, simplezinha, prateada, quem sabe?
16h10

Intervalo / antes do desfile, coletiva ´para saber que em junho de 2011 haverá novas atrações no evento. Em conjunto com o Tranoï, salão mais próspero de Paris, a Oca (prédio do Niemeyer, em frente à Bienal) vai abrigar exposições, desfiles e…um salão para 100 designers mostrarem até 100 peças cada um / ainda estou sem fôlego, depois da Maria Bonita. Me lembra a primeira vez que vi uma Comme des Garçons. Em plena década de 80, quando o glamour dominava com Thierry Mugler e Claude Montana, Rei Kawakubo mostrou mulheres com hematomas no rosto, cabelos despenteados e roupas de linho amarfanhadas. Também sai de lá zonza, sem saber o que pensar. O que deu nos anos 90? Linho amarfanhado, roupas desestruturadas, igualzinho à alfaiataria da Comme. Bom, sem os hematomas