Ai que bom, poder dizer isto da Bonitona. Já arrasei muito em outras edições, mas desta vez, caramba, que lindo. Desde o desfile, ordenado em grupos de tres modelos de estilo coerente; a trilha de Construção e Deus lhe pague, de Chico Buarque e a roupa propriamente dita, impecável e inteligente.
Pessoalmente, tenho alergia moral e estética a franjas, frufrus em lugares errados, vestes brancas e roupas longas. Pois começo a imaginar como poderia usar algum destes vestidos impecáveis, em azulão (ai, também tenho horror) e marrom-terra, de tão convencida que fiquei ao ver no desfile da Danielle Jensen. Acabou a era de comparar com Maria Cândida, Danielle tem estilo próprio, e cria com inteligência. Esta coleção não é alienada em relação ao que anda nas tendências – basta ver o número de barras transparentes que vimos nesta semana, presentes na Bonita. É uma coleção que une o presente, exigido pelo mercado a uma pesquisa de matéria-prima, como os azulejinhos resinados tirados de Athos Bulcão, em tecido exclusivo, ou os fechos de bolsa, adaptados a vestidos, calças e decotes.
Um inverno com inteligência de moda. Um show sóbrio e correto

Intervalo / Editora Assouline vai lançar livros sobre o Brazilian Style em setembro e sobre os 15 anos da SPFW, só com imagens / de manhã, na Victor Hugo, bolsas bem bonitas. O baú clássico está mais macio, mais molinho, e é feito de canela de avestruz! As bolsinhas de noite, de python degradê, ganharam um acabamento metalizado. E as masculinas, retangulares, secas, onde se leva um iPad tranquilamente, se enquadram na onda minimalista atual / E os jacarés, que bolsas elegantes eles viraram!