fotos Image.net / Fernanda Calfat
Jason Wu ficou famoso de repente, porque a primeira dama dos EUA, Michelle Obama, usou um vestido dele em festas do marido, entrevistas de TV, na primeira viagem ao Reino Unido, etc. O garoto que viveu em Taiwan (China) até os nove anos e agora está baseado nos Estados Unidos, já estagiou com Narciso Rodrigues, fez roupas para a drag RuPaul, desenhou para a rede de mercados Target e é um dos destaques atuais da semana de moda de Nova York. Detalhe: faz 30 anos só em setembro deste ano.
A coleção desperta interesse pela originalidade, fator pouco prezado na semana americana – lá, o objetivo é comercial mesmo. Wu voltou às origens, e criou pensando em três faces da China: o período de Mao, a rica dinastia Qing e o glamour do filme Shangai Express.
A base é a calca estreita, os ombros acentuados por peles e bordados. Veludos e rendas dão o perfil luxuoso, aparente. Mas para ele, o verdadeiro requinte está na modelagem, no corte e nos detalhes. Um deles, o forro com material térmico, fundamental para o inverno americano de temperaturas abaixo de zero. Quem foi aos camarins notou que a palmilha dos peep-toes era de brocado!
Um ponto comum com o nosso Pedro Lourenço é a silhueta redesenhada por recortes nos vestidos. Ok, coincidências acontecem. Se fosse o contrário, com o Jason Wu fazendo antes, diriam que era cópia do Pedro. Mas vamos em frente.
O ícone da coleção de Jason Wu é o vestido cheongsam, típico chinês, que foi banido na era Mao, mas sobreviveu sendo curtido pelas habitantes de Hong Kong. O estilista reinventou formas e recortou decotes, com belos resultados.