O segundo dia do Minas Trend contou com a ótima coletiva do Ronaldo Fraga e do Flávio Roscoe, já comentada no post anterior e o lote de três desfiles às 21 horas. 

Um dos méritos das marcas participantes, pelo menos até ágora, é o valor dado à criação autoral, que prioriza a originalidade antes das tendências. 

Fotos Ines Rozario

Sindijoias, o sindicato que reúne grifes de jóias e bijuterias, abriu o show, mostrou as grandes correntes coloridas, argolas terminadas em borlas de seda, dois colares de muitas voltas de pérolas formando uma espécie de gola _ truque que valoriza qualquer vestidinho preto _ flores de esmalte em pulseiras e gargantilhas em Y, corações de resina em medalhões, tons de coral e um cinto de cristais negros usado como coleira. Como no desfile de abertura não houve identificação das marcas. Sei que entre outros havia Hector Albertazzi, Camila Klein.

Vieram umas 12 marcas de Alagoas para um desfile coletivo, de novo sem a identificação das autorias. Famoso pelas rendas de filé, o estado se empenha em demonstrar a beleza dos trabalhos artesanais fora do conceito de folclore ou souvenir de pouca qualidade. O que veio impressionou pela riqueza das misturas da renda e do crochê com as longas franjas e o brilho dos fios metalizados e dos cristais. O que pode melhorar é o estilo dos looks, ficar mais urbano. Por que a modelo de poncho tinha que exibir os seios? Por que os tops de filé não vinham com jeans, para quebrar o folclore? 

A série de vestidos de linho superou este caso, assim como as belas bolsas de palhas.

Victor Dzenk pensou no Algarve para criar os longos, macacões e casacos contrastando listras multicoloridas em bayadere com partes ou arremates em preto. Muito bom este contraste, funcionou nos vestidos de saia listrada é top preto, de alças fininhas, no lindo sobretudo preto sobre as cores, nas saias plissadas. Nos looks longos um detalhe chic: bolsos embutidos na costura lateral. Lenços nos cabelos e música portuguesa completaram a lembrança do Algarve. 

E mais /  nada contra as tendências, mas admiro os autorais, que mantêm a chama da originalidade na moda. Louvores ao André Hidalgo, da Casa dos Criadores, ao Projeto Estufa, dó Santander, à Babilônia Feira Hype, do Robert Guimarães e Fernando Molinari, ao Mercado Mundo Mix, até as feirinhas da General Glicério no Rio e da Beneditino Calixto, em São Paulo/ momento dicionário: listras em bayadere são aquelas dispostas no sentido diagonal / por que tão tarde, 21h, os desfiles do MT? Para evitar esvaziar o salão de negócios e dar tempo dos convidados chegarem, todos produzidos. Segundo Flávio Roscoe, “um evento destes é agito social na cidade” . Tá certo, ele.