Quem ainda não conhece a Doisélles, fique sabendo que é marca liderada pela Raquel Guimarães. A diferença em relação aos companheiros e tricôs e crochês é a equipe dela: são prisioneiros e prisioneiras de presídios de segurança máxima. Raquel ensina, acompanha, dá uma dignidade de trabalho e profissão para estas pessoas.  E a cada coleção, nota-se um requinte mais apurado nos modelos.

Vejam os detalhes:

– foi um belo desfile, emocionante. Só podia reduzir um pouco o número de vestidos longos pretos. Na iluminação natural da sala do ExpoMInas ficaram muito parecidos. Melhor seria ter poucos e maravilhosos, com impacto

– começou arrasando, com um colete de fios grossos e saia de franjas presas horizontais, douradas

– mais usável, o casaco pelerine/poncho cinza, com barra franjada desfiada

– Mangas arrematadas por franjas no punho

– modelo cinza com capuz, o destaque

– outro lindo, no tricô combinando tons castanhos e cinzas

– e mais muitos longos pretos, tão perfeitos no tricô que parecem rendados

E mais: a apresentação da Doisélles foi assinada por Mary Arantes, da Mary Design. Escreve muito bem, nossa autora de peças lindas / no final, depois de um hip hop falando de prisões, a frase sobre o tema “ a justiça não é feita quando acaba a pena. A justiça só é feita quando não se repete o crime”/ no final, Raquel agradeceu os aplausos junto com uma bela modelo, com um brilho por baixo da roupa. Era uma tornozeleira? / Como assim, não vai ter Rio Moda Rio?