Aitor Throup, macabro e comercial

Então, é possível chamar uma boa plateia para apreciar uma coleção sem modelos nem cenários absurdos. Não que eu queira acabar com os grandes shows, que nos fazem sair de casa, voar horas e se deslumbrar com o espetáculo. A solução do argentino criado na Inglaterra é uma opção que merecia integrar acervos de museus ou se exposta em galerias de arte.

As roupas são pesadas, casacos com afivelados, capas, calças largas ou justas, caveiras até na forma das mochilas.

O estilo soturno se completa pelas montagens de bonecos de tela montados a cavalo, caindo, de cabeça para baixo, deitados no chão, dentro de armações vazadas. É uma pesquisa de objetos, segundo Aitor, que se considera mais designer de produto do que designer de moda.

 

Interessante que, como o brasileiro Alexandre Herchcovitch respondeu certa vez, em uma entrevista, sobre quem comprava sua roupa (“quem quiser comprar”, respondeu, sério), Aitor Throup fala que seu cliente ideal pode ser atraído pela moda, pelo design do produto ou pelo conceito. Por mim, não me interessa que tipo de gente reage ao meu trabalho”