Um detalhe bonito da coletiva: as flores no lobby do hotel Tivoli
O que é uma entrevista coletiva? Um momento de explicar um evento, um acontecimento, uma novidade. De dar números, de responder a perguntas de jornalistas. Em moda, tudo acontece diferente. Pelo menos na São Paulo Fashion Week, onde a coletiva serve para apresentar os patrocinadores e os novos produtos de mídia da empresa que organiza. Moda é tema relegado a segundo plano, sempre.
Então, vamos ao que os participantes anunciam de novo:
Paulo Borges, o grande diretor de criação da semana de moda de São Paulo, um carisma ambulante, investe no universo criativo como tema. Para ele, é tempo de falar em pessoas, mais do que de roupa. Mostrou em video que a Bienal está em preto e branco, com os banquinhos dobráveis de cartão cobrindo as paredes. Mas este estoque de banquinhos não acaba?
Outro anúncio foi o lançamento da revista Mag, da SPTW TV, com oito horas diárias de programação e o lançamento do livro Brasil 1.
A O Boticário traz a linha Make B inspirada em cinco capitais da moda. E traz também o Fernando Torquatto, querido da beleza de anònimas e celebridades
A Citroen vai mostrar o carro DS3, de alta tecnologia e alto índice de customização
Da Nextel, só de soube que o Paulo Borges foi um dos primeiros a usar o rádio que faz Tim
O Iguatemi, depois de anunciado como o primeiro shopping do Brasil (abriu em 67, como uma grande galeria, depois do Centro Comercial de Copacabana), terá equipe em estudio no lounge do Glamourama, para transmitir o evento diretamente
Oba, pensei, quando chegou a vez da Risqué. “Agora vamos ouvir novidades de cor ou sei lá, de algo para as unhas”. Bom, vá lá, a Daniela Brilha (marketing da marca) afirmou que esmalte é a forma mais democrártica de expressão de moda, o que é a pura verdade. Manicures estarão a postos para aplicar as cores do inverno nas visitantes. A coleção inclui misturinhas, a técnica ombré e decoração. Lembrou também de um dos sucessos da Risqué, a série Rendas do Brasil – outra verdade, era linda
O mocassim de oncinha, uma gracinha vista no Fashion Rio, deve parecer na Bienal. A Melissa traz a linha Melissa Plastic Paradise e promove a integração com fãs, que farão fotos para a Galeria Melissa. Tem notícia: em fevereiro abre a loja Melissa em Nova York. Outra história, a vinda patrocinada de duas blogueiras, uma brasileira, a Lalá e uma francesa, a Betty.
São Paulo já foi pólo industrial, passou para serviços e agora deve investir na economia criativa. Querem saber o que significa isto? Deve estar por perto de criação viável para venda, para consumo. A moda se inclui neste setor. Mas ninguém falou de moda, de desfile, muito menos de tendência. Paulo Borges, que não gosta da palavra tendència, comentou que a tendência é se aproximar do consumidor.
Sim, está certo. E o consumidor não tem que saber o que vai vestir ou usar? O evento existe sem os desfiles e sua platéia de convidados clientes, compradores e jornalistas de vários veículos? Os desfiles existem sem as tendèncias? Ah, chega de perguntas coerentes. Vamos ver o que os estilistas, designers e autores vão mostrar a partir de hoje até dia 24, terça-feira